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Governo do Rio se defende de críticas de general sobre falta de "engajamento"

Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas criticou governo sobre intervenção - Marcos Corrêa/Presidência
Comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas criticou governo sobre intervenção Imagem: Marcos Corrêa/Presidência

Roberta Jansen

Rio

24/08/2018 16h53

O governo fluminense se defendeu das críticas feitas na manhã desta sexta-feira (24), pelo comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas. Em cerimônia comemorativa ao Dia do Soldado, o general reclamou da falta de integração de outros setores da administração pública no combate à criminalidade. Em resposta, o governo estadual defendeu que atua de forma integrada com as forças federais e listou contribuições feitas durante a intervenção.

Mais cedo, o general Villas Boas havia dito que "o componente militar é, aparentemente, o único a engajar-se na missão".Ainda segundo ele, apesar de todos admitirem que as leis vigentes devam ser modificadas com urgência, "continuamos a proceder com naturalidade em face à barbárie de perder mais de 63 mil vidas por ano".

Em nota oficial, o governo do Rio afirmou que, "desde que foi implantado o Gabinete da Intervenção federal, o Estado, com suas forças de segurança, atua de forma integrada com as forças federais, atendendo todas as solicitações que lhe são feitas".

O texto ainda destaca a compra de veículos para intensificação de policiamento e a criação do Fundo Estadual de Investimentos e Ações de Segurança Pública e Desenvolvimento Social (Fised), financiado com recursos de royalties do pré-sal e que deve reunir R$ 250 milhões até o fim do ano.

Segue a íntegra da nota:

"Desde que foi implantado o Gabinete de Intervenção Federal, o governo do estado, com suas forças de Segurança, atua de forma integrada com as forças federais, atendendo a todas as solicitações que lhe são feitas. O governo do Rio comprou, com recursos próprios, 580 veículos para a PM intensificar o policiamento ostensivo no estado. Mais 170 carros (patamos) que serão entregues nas próximas semanas.

Quitou R$ 23 milhões de parcelas atrasadas do Regime Adicional de Serviço (RAS) e do Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis). Outros R$ 71 milhões foram usados para pagar o Sistema Integrado de Metas (SIM), que estava pendente.

Também retomou o RAS em maio deste ano. Com isso, só a PM passou a contar com um reforço de 1.300 policiais por dia e a Polícia Civil, 200 agentes. Só no primeiro pagamento, em julho, o Estado desembolsou R$ 1,8 milhão para quase 12 mil policiais militares.

Iniciou em maio a convocação de concursados da PM (1.803 aprovados) e da Polícia Civil (284), além autorizar para a realização de um novo concurso para 37 vagas de oficial da Polícia Militar.

Além disso, criou o Fundo Estadual de Investimentos e Ações de Segurança Pública e Desenvolvimento Social (Fised), inédito no país, financiado com recursos provenientes de royalties do pré-sal e deve chegar a R$ 250 milhões até o fim do ano 2018. A Secretaria de Segurança usará os recursos para aquisição de material bélico, pagamento do RAS de 2019, aparelhagem tecnológica para a Polícia Civil, software contra lavagem de dinheiro, além de investimentos na área social feitos pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social.

Outra ação fundamental para o combate a crimes contra a vida e contra o patrimônio foi a criação da Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme), inaugurada em 2017. A unidade está contribuindo para qualificar a investigação e o combate ao tráfico de armas de fogo. Uma das ações de maior destaque da Desarme foi a apreensão de 60 fuzis, a maior da história, dentro do Aeroporto Internacional do Galeão."