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Aliado do PSDB, candidato ao governo de Pernambuco pelo PTB usa símbolo do PT

Kleber Nunes

Recife

25/08/2018 07h59

Símbolo tradicionalmente associado ao PT, uma estrela tem sido usada na campanha do candidato ao governo de Pernambuco Armando Monteiro (PTB). Apesar de lulista declarado, o postulante petebista ao Palácio do Campo das Princesas é o principal aliado de Geraldo Alckmin (PSDB) no Nordeste e garante palanque ao candidato tucano à Presidência no Estado.

De cor laranja e com o número 14 gravado, a estrela de Monteiro está presente em todas as peças de propaganda eleitoral do candidato.

Monteiro se viu pressionado a apoiar Alckmin para evitar uma debandada tucana do seu grupo político, que tem o presidente do PSDB pernambucano, Bruno Araújo, como candidato ao Senado.

O petebista declarou apoio ao PSDB em 27 de julho, uma semana após visitar o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. A visita causou mal-estar na aliança de Monteiro e uma ameaça do desembarque do PSDB da coligação, o que foi resolvido com a manifestação formal de apoio aos tucanos.

Em 2014, quando o petebista se candidatou a governador pela primeira vez, a estrela escolhida por sua equipe era amarela e aparecia apenas como um detalhe no logo azul utilizado na campanha.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Monteiro - que foi ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do governo Dilma Rousseff - negou que tenha se inspirado no PT para a escolha da estrela e afirmou que o símbolo remete à bandeira de Pernambuco, que tem uma estrela amarela.

Para o cientista político Isaac Luna, professor do Centro Universitário Guararapes, em campanha eleitoral, nenhuma escolha é por acaso. "Com certeza essa estratégia está muito bem traçada pela equipe de marketing que toma decisões a partir de pesquisas internas. Faz parte candidatos copiarem símbolos, frases de efeito e outras coisas que remetam a políticos aliados ou bem avaliados para capturar esses votos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.