PF investiga vice de Guiné em esquema de lavagem de dinheiro
A Polícia Federal (PF) abriu a Operação Salvo Conduto e cumpre sete mandados de busca nesta quarta-feira (10) ligados a apreensão de US$ 16 milhões em dinheiro e em relógios de luxo com a comitiva do vice-presidente da Guiné Equatorial Teodoro Nguema Obiang ocorrida em 14 de setembro. Naquele dia, foram apreendidas com a comitiva malas com 20 relógios com diamantes avaliados em US$ 15 milhões e com US$ 1,4 milhão e R$ 55 mil em espécie no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).
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As buscas são cumpridas nas cidades de São Paulo, Hortolândia (SP), Jundiaí (SP) e no Distrito Federal. As ordens judiciais foram expedidas, a pedido da PF, pela 6ª Vara Criminal da Justiça Federal em São Paulo.
Em nota, a PF informou que 35 policiais federais atuam na operação, que apura fatos referentes a dois inquéritos policiais, reunidos em setembro deste ano, por tratarem de fatos envolvendo o mesmo investigado.
O vice de Guiné foi condenado na França por adquirir propriedades com dinheiro público desviado de seu país de origem e investigado nos EUA, dentre outros crimes, por lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos.
O primeiro inquérito policial foi instaurado em março de 2018, depois do envio de informações do Ministério Público Federal, no mês anterior, para que a PF iniciasse investigação para apurar o crime de lavagem de dinheiro em razão dos indícios de ocultação de propriedade relacionada à compra, em 2008, de um apartamento duplex localizado no bairro dos Jardins, em São Paulo.
O imóvel foi adquirido, na época, por R$ 15 milhões. As investigações apontam que o imóvel, adquirido por uma empresa com capital social de R$ 10 mil, pertenceria ao investigado.
O segundo inquérito policial foi instaurado no dia 20 de setembro deste ano, após a apreensão realizada em 14 de setembro pela Receita Federal. Os bens foram trazidos do exterior sem a declaração de bens e valores obrigatória.
São apurados dois atos de lavagem de dinheiro, o primeiro relativo à aquisição, por meio de interposta pessoa, de um apartamento de luxo e o segundo relacionado à ocultação de movimentação de bens e valores ao entrar Brasil.
A PF solicitou à Justiça Federal o sequestro do imóvel, dos bens e valores apreendidos no Aeroporto de Viracopos e de sete veículos de luxo - um deles avaliado em R$ 2 milhões.
As investigações prosseguem com a colheita de depoimentos, análise do material apreendido e pedido de cooperação jurídica internacional, para esclarecer a participação de todos os envolvidos.
O crime de lavagem de dinheiro tem penas que variam de 3 a 10 anos de reclusão.
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