Lula orienta militância a formar caravanas para reorganizar legenda
"É essencial que se valorize essa militância que não pode ser nunca abandonada. Temos essa tarefa de cada vez mais estar mais próximo do povo, da militância, e imediatamente após a campanha sair em caravana pelo País, reorganizando o partido, fazendo ele crescer e, se perder a eleição, fazendo oposição e cobrando os compromissos com o povo", disse Falcão, após visitar Lula na carceragem da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, juntamente com a atual presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann.
Falcão afirmou que o discurso de Lula tem sido o de valorizar a militância do PT em torno da campanha de Haddad e que o ex-presidente acredita que, com uma possível vitória de Bolsonaro, as coisas vão se "assentar" e as promessas de campanha terão que ser cumpridas. "Quando você assume um governo, depois de um certo tempo, a população cobra o seu preço, mesmo aqueles que o apoiaram (...). Se o Bolsonaro ganhar, as coisas vão se assentar e ele vai ter que se entender com o povo", afirmou, citando algumas promessas do candidato.
Sem relacionar o caso a uma possível gestão de Bolsonaro, o ex-presidente do PT chegou a emendar a fala com o exemplo do governo de Fernando Collor, que foi alvo de impeachment em 1992. "Vocês se lembram do Collor: era uma maravilha, o caçador de marajás, mas pegou a poupança das pessoas e, em seis meses, estava liquidado", disse, ressaltando que Lula considera que a eleição "não está perdida".
Gleisi, que também esteve com Lula, comentou a crítica do cantor Mano Brown feita em comício de Haddad na terça-feira, 23. Ela disse concordar que o momento "não é de festa", mas afirmou que o PT não se afastou do "povo". "Não é mesmo momento de festa, o povo está sofrendo, passando necessidade (...). O que ele disse é que o PT tem que estar do lado do povo, mas está, porque, se não estivesse, não teríamos chegado ao segundo turno", rebateu.
Para ela, a campanha petista não conseguiu ultrapassar ainda a de Bolsonaro porque o oponente utilizou de "fake news e caixa dois" para desconstruir a imagem do partido. "O (ex-presidente) Lula enfrentou muito isso de desconstrução e permaneceu no coração do povo. O PT também. A gente está vendo uma campanha de tentar desconstruir o PT, que é o maior partido desse país, e que tem raízes populares", declarou.
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