ONU espera continuar cooperação com Brasil, dizem porta-vozes sobre Bolsonaro
"Ela (Espinosa) defende a escolha soberana que os eleitores fizeram ontem - que os eleitores fizeram em eleições livres e democráticas. Nesse caso, é decisão dos eleitores brasileiros escolherem quem eles desejam ver governar o País. Estamos falando das eleições presidenciais, mas ontem também houve o segundo turno de eleições para governadores. Ela respeita isso e acredita que o diálogo é a melhor ferramenta para processos políticos em todos os lugares", afirmou Monica, questionada se Espinosa possui alguma preocupação com discursos extremados de Bolsonaro.
Sem mencionar o nome de Bolsonaro, a porta-voz da presidente da Assembleia Geral disse que Maria Fernanda Espinosa espera continuar a trabalhar com o Brasil. "Espinosa soube da eleição ontem. Ela parabeniza o povo brasileiro e todos os novos representantes eleitos, todos eles. Ela espera continuar a trabalhar com o Brasil. É um estado-membro muito importante, um estado-membro fundador da organização. Ela espera continuar seu trabalho de implementação da agenda 2030, mas também em uma série de prioridades de sua agenda", afirmou a porta-voz, durante coletiva de imprensa em Nova York.
Em agosto, durante campanha à Presidência, Bolsonaro chegou a dizer que retiraria o Brasil da ONU. "Se eu for presidente eu saio da ONU, não serve pra nada esta instituição", afirmou o então candidato. "É uma reunião de comunistas, de gente que não tem qualquer compromisso com a América do Sul, pelo menos", completou. Dois dias depois, Bolsonaro voltou atrás e disse ter cometido um "ato falho" ao falar da ONU. "Eu jamais pensaria em sair da ONU. É sair do conselho de direitos humanos da ONU", disse Bolsonaro.
Stéphane Dujarric, o porta-voz do secretário geral António Guterres, também destacou a importância do Brasil na organização. "O secretário-geral parabeniza o povo brasileiro pelo espírito democrático mostrado em sua participação e ressalta a importância da contribuição do Brasil para a organização e espera continuar a colaboração. O novo presidente vai assumir em 1º de janeiro e esperamos continuar com a importante relação que a ONU tem com o Brasil", afirmou.
Questionado por duas vezes por jornalistas, ele evitou responder se há uma preocupação por parte do secretário-geral da ONU, Guterres, com discursos extremados de Bolsonaro. "O ponto é que a eleição foi feita, o povo do Brasil participou em um exercício de democracia vibrante e o secretário-geral quer continuar com a cooperação com o Brasil quando o novo presidente assumir o mandato a partir de 1º de janeiro", respondeu Dujarric, completando que o Brasil desempenha um papel crítico em temas da agenda da ONU.
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