Doria contraria Alckmin e pede a PSDB que ajude governo Bolsonaro na Câmara
O governador eleito de São Paulo, João Doria, solicitou aos deputados do PSDB na Câmara que aprovem a reforma da Previdência, se possível ainda neste ano, e ajudem o presidente eleito, Jair Bolsonaro, a governar. Doria participou de um almoço com a bancada em Brasília e repetiu a frase dita após ser eleito. "O PSDB, agora, vai ter lado e não ficará mais em cima do muro", explicou aos deputados.
Na contramão de Geraldo Alckmin - candidato derrotado à Presidência, que prega a oposição do PSDB a Bolsonaro -, Doria disse aos tucanos que o partido precisa pensar no futuro e, mesmo sem fazer parte do governo Bolsonaro, auxiliar o capitão reformado do Exército no Congresso.
Presidente do PSDB, Alckmin esteve em Brasília nesta terça e quarta-feira, mas não participou do almoço com Doria e a bancada. O movimento de Alckmin é para articular um polo de resistência à hegemonia de Doria sobre o partido. Nessa iniciativa, ele conta com o apoio dos senadores Tasso Jereissati (CE) e José Serra (SP), entre outros.
À tarde, o governador eleito de São Paulo participou de uma reunião com Bolsonaro e defendeu que os deputados tucanos ajudem na aprovação da reforma da Previdência. "A nossa posição é de apoiar a reforma da Previdência. Defendemos por exemplo um aumento do tempo de Previdência (idade mínima) para 56 e 61 (mulheres e homens). Apoiamos de imediato a reforma da Previdência", disse Doria, ao deixar o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). "Acreditamos que o impacto da atual proposta da Previdência já será positiva", completou.
O governador eleito disse ainda que falou ao futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que é favorável a um programa liberal com desestatização e que dará apoio a todos os programas de desburocratização do País. Doria também manifestou ser favorável a captação de recursos no exterior, em bancos como BID e Banco Mundial (Bird).
"Será o apoio às boas propostas. Não é neutralidade, nem oposição. Nas áreas econômica, institucional e de governo, os bons projetos terão o apoio do PSDB", disse o governador, que descarta negociação de cargos. "Não vamos pedir nada em troca, nem um ministério, nem estatal; nem desejamos", disse.
Segundo ele, o encontro com Bolsonaro nesta quarta não foi apenas visita de cortesia, foi reunião de trabalho. "Debatemos governabilidade e o apoio de São Paulo a Bolsonaro", disse. O futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ministro extraordinário e coordenação da equipe de transição, Onyx Lorenzoni, também participaram da reunião.
A posição de Doria contraria o entendimento de Alckmin e outras lideranças com Jereissati, que defende a oposição ao novo governo. "Não vamos fazer oposição simplesmente por fazer, mas, na minha opinião, deveremos ficar independentes em relação ao governo Bolsonaro", afirmou
O senador Aécio Neves (PSDB-MG), eleito deputado, e o governador reeleito de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja (PSDB), também estiveram no almoço desta quarta-feira com Doria.
Alckmin assumiu o comando do PSDB em dezembro do ano passado, na esteira da crise envolvendo as denúncias contra Aécio por executivos da J&F na Lava Jato. O mandato do ex-governador de São Paulo vai até dezembro de 2019, mas a reportagem apurou que a troca de comando no PSDB pode ser antecipada para maio. Nos bastidores, o nome mais cotado para o posto, hoje, é o do deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), ex-ministro das Cidades no governo de Michel Temer.
Doria promete incluir mulher em secretariado
Além de falar sobre os assuntos federais, Doria também foi questionado sobre o novo governo em São Paulo. Perguntado se seu governo em São Paulo teria a presença de mulheres entre o secretariado, Doria disse que sim, que até o final dos anúncios serão divulgados nomes de mulheres na equipe. Ele informou ainda que amanhã, às 12h, fará em São Paulo a divulgação de mais dois nomes para integrar seu futuro governo.
Até agora, o governador confirmou três secretários: Gilberto Kassab (Casa Civil), Rossieli Soares da Silva (Educação) e Sérgio de Sá Leitão (Cultura e Economia Criativa). Os três são ministros de Michel Temer na Presidência da República.
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