Líder da bancada evangélica diz que propôs outros nomes para lugar de Terra
O presidente da frente parlamentar evangélica, deputado federal Takayama (PSC-PR), afirmou nesta quarta-feira, 28, que a indicação do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) para ocupar o Ministério da Cidadania - que englobará o Desenvolvimento Social, Cultura e Esporte e será criado no futuro governo - é da cota do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e não da sua bancada.
"Isso é cota dele. Da frente não é", disse o parlamentar ao sair de reunião no governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) enquanto Terra concedia entrevista como o indicado para ocupar a nova pasta.
Ao entrar no CCBB, Takayama citou os nomes dos deputados Leonardo Quintão (MDB-MG) e Roberto de Lucena (PV-SP), além dos já comentados Ronaldo Nogueira (PTB-RS), Marco Feliciano (PODE-SP) e Gilberto Nascimento (PSC-SP) apresentados pela bancada à equipe de transição como sugestões. Takayama minimizou o fato de os nomes apresentados não terem sido escolhidos.
"Se isso é bom para o Bolsonaro, isso é bom para a gente também. Bolsonaro não vai seguir por esse caminho (a de acordos com partidos); é pela competência, pelo lado técnico e não ligado ao modelo antigo", disse. "É uma prova a mais que ele não está aqui para negociar. Se agrada ao Bolsonaro, agrada a frente", disse o deputado, que não foi reeleito para o cargo nas eleições deste ano.
Quem é o novo ministro
O deputado Osmar Terra (MDB-RS) tem um histórico de críticas a propostas que visam legalizar ou descriminalizar o uso de drogas no Brasil. Nas redes sociais, o futuro ministro se posiciona de forma contundente contra a legalização da maconha em uma série de publicações. No guarda-chuva da pasta a ser comandada por ele, estará parte da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), hoje no Ministério da Justiça.
No governo do presidente Michel Temer, Osmar Terra ocupou o cargo de ministro do Desenvolvimento Social e Agrário até deixar o cargo para concorrer a um novo mandato na Câmara, em abril. Ele foi reeleito com 86.305 votos.
"Não há experiência no mundo que mostre redução da violência com a liberação de consumo de drogas", escreveu Osmar Terra em sua conta no Twitter em julho deste ano. "Legalizado o consumo de maconha no Uruguai, aumentaram os homicídios, os estupros e cresceram em 50% os assaltos com violência. 'Parabéns' para o Mujica...", afirmou em outro comentário, no mês anterior.
Na campanha eleitoral, apoiou publicamente a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República, enquanto seu próprio partido tinha um concorrente, Henrique Meirelles. Nos últimos dias, Osmar Terra usou sua rede social para tecer elogios ao presidente eleito e às escolhas de Jair Bolsonaro para o futuro governo.
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