Transpetro já recolheu 45 mil litros de óleo que vazou de seu duto
Roberta Jansen e Denise Luna
Rio
10/12/2018 21h27
O presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marcus Lima, esteve na região nesta segunda-feira, 10, e informou que ainda não é possível determinar a extensão dos danos ambientais causados na região do vazamento, que é majoritariamente de manguezais. Essas áreas são muito ricas em biodiversidade e, por isso, muito sensíveis.
"Por ser uma área de mangue, muito rica em biodiversidade e suscetível, trata-se de um dano considerável", afirmou Lima. "Mas estamos aguardando um relatório técnico mais conclusivo." Segundo Lima, somente com essas informações será possível estabelecer o valor da multa a ser cobrada da Transpetro.
Em nota, a área técnica do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) informou que "por se tratar de área de manguezais, considerada sensível, é necessária a ação natural das águas para dispersar o óleo que atingiu a vegetação e que, posteriormente, será recolhido ou absorvido". Segundo os especialistas, outras condições poderiam aumentar o impacto ambiental. "Se houver chuva na região, a resposta à emergência será favorecida", informou a nota.
O Ibama informou ainda que, até o momento, não houve registro de animais atingidos pelo óleo. Uma equipe do instituto, no entanto, está em deslocamento até o local mais atingido - que é de difícil acesso - para a realização de uma vistoria técnica.
Ao todo, estão mobilizados na região 413 profissionais, 24.600 metros de barreiras absorventes e de contenção, 19 caminhões, 22 embarcações de apoio, uma aeronave e três drones. A Transpetro informou em nota que, num sobrevoo à região no domingo, constatou apenas vestígios de óleo na foz e nas margens do rio Estrela.
O vazamento de óleo que começou no sábado teria sido causado por uma tentativa de furto de petróleo - prática cada vez mais comum na região. Segundo o Inea, no entanto, isso não exime a Transpetro de responsabilidade pelo ocorrido.