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Bancada do PSD na Câmara decide apoiar Bolsonaro, mas sem adesão formal

11.dez.2018 - Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), participa de reunião com a bancada do PSD em Brasília - Divulgação
11.dez.2018 - Presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), participa de reunião com a bancada do PSD em Brasília Imagem: Divulgação

Julia Lindner

Brasília

11/12/2018 19h59

A bancada do PSD na Câmara decidiu apoiar o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), mas não deve formalizar a decisão por uma questão partidária.

Como Bolsonaro não abriu, a princípio, um canal de negociações com as legendas e não deve conceder espaço para indicações políticas, a avaliação é de que não faz sentido arcar com o ônus de eventuais erros da futura gestão. A palavra final sobre integrar ou não a base aliada caberá ao presidente do PSD, Gilberto Kassab.

Após reunião com Bolsonaro e o ministro extraordinário da transição, Onyx Lorenzoni, integrantes do PSD consideraram que o presidente eleito se posicionou com "humildade" e que a conversa foi "positiva".

Bolsonaro falou genericamente sobe questões econômicas, ambientais e mencionou a necessidade de combate ao que considera ser ideologização nas escolas. Ele não entrou no mérito, por exemplo, sobre a questão da idade mínima para aposentadoria e também não citou pontos de sua proposta.

O líder do partido na Câmara, Domingos Neto, disse que Bolsonaro passou a mensagem clara de que vai precisar do PSD. Domingos também afirmou que a bancada sabe que será importante para o País e que não será empecilho para matérias defendidas por Bolsonaro, mas, assim como outros partidos, defendeu uma postura independente de acordo com cada proposta.

"Tem um clima majoritário da bancada de apoio ao Bolsonaro, mas só a direção do partido pode falar sobre apoio formal", disse Domingos.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.