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Onyx acena a tucanos e participa de almoço da bancada do PSDB no Senado

4.dez.2018 - Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni - Marcelo Camargo/Agência Brasil
4.dez.2018 - Futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni Imagem: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Renan Truffi

Brasília

11/12/2018 20h12

O ministro extraordinário de transição, Onyx Lorenzoni, e o ex-deputado Leonardo Quintão (MDB-MG), que integrará o núcleo político do futuro governo, fizeram um gesto de aproximação junto à bancada do PSDB no Senado nesta terça-feira (11). Lorenzoni e Quintão disseram que querem estabelecer um "diálogo pessoal" com os tucanos, sobretudo, nas pautas econômicas, e prometeram que terão um coordenador do governo também no Senado.

O almoço da bancada do PSDB no Senado acontece, regularmente, toda semana, no gabinete do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que é ex-presidente do partido. Onyx e Quintão procuraram os tucanos e pediram para participar do encontro para falar com o grupo.

"Foi uma visita de cortesia à bancada, para dizer que vai ter um coordenador aqui no Senado, quer ter um diálogo pessoal. Ele (Onyx) trouxe Quintão com ele. (Disse que) não vai impor nada, vai ser um tipo de negociação diferente de agora por diante. Não vai ser nada atropelado", afirmou Tasso.

A reportagem do Broadcast/Estadão apurou que senadores do PSDB estão insatisfeitos com a falta de interlocução com o governo. Os tucanos julgam que a equipe de articulação política tem dado atenção apenas à Câmara dos Deputados e criticam a falta de um interlocutor do novo governo na Casa. Nos bastidores do Senado, a escolha de Quintão foi vista com desconfiança por ele não ter estatura política para conversar com os senadores, já que era deputado e não tem trânsito no Senado Federal.

Na conversa, Onyx e Quintão também falaram sobre a eleição para a Presidência do Senado. Sem citar nominalmente o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que tem se articulado para disputar o cargo, mostraram restrição apenas ao nome do emedebista.

"Ele (Onyx) coloca como sempre que o governo não gostaria...ele não fala Renan, mas fala que gostaria que o Senado não ficasse distante do recado que as urnas deram. E que tem vários candidatos aí se colocando, conversando. Contemplou meu nome (Tasso), mas não se comprometeu. Falou que o governo não tem restrição a vários nomes colocados, citou Alvaro Dias (PODE-PR) e Davi Alcolumbre (DEM-AP)", disse Tasso.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.