DEM deverá formalizar apoio a Bolsonaro um mês antes da eleição na Câmara
Candidato a novo mandato à frente da Câmara, Maia não compareceu à conversa desta quarta, na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) - onde fica a equipe de transição -, mas a cúpula do partido espera que, ao indicar a adesão a Bolsonaro, obtenha ao menos a neutralidade do governo na disputa da Câmara.
No início desta semana, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente eleito, disse que o PSL não apoiará a recondução de Maia. Deputados do partido têm manifestado simpatia por candidaturas que vão de João Campos (PRB-GO) a Alceu Moreira (MDB-RS), passando por Capitão Augusto (PR-SP).
Bolsonaro disse, na reunião com o DEM, que pediu ao PSL a isenção na disputa da Câmara, "em nome da governabilidade".
O presidente eleito escolheu três integrantes do DEM para o primeiro escalão - os deputados Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, Tereza Cristina, que ocupará a Agricultura e Luiz Mandetta para a Saúde.
"As coisas estão caminhando para o apoio ao governo. O espírito de todos é de colaboração", afirmou o presidente do DEM, ACM Neto, que é prefeito de Salvador (BA). "Estamos vivendo um momento extremamente desafiador e a tendência é caminharmos juntos", completou o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), eleito governador de Goiás. Para o deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), o DEM "tem todos os motivos, ideologicamente" para se aliar ao governo Bolsonaro.
ACM Neto disse que Maia não compareceu ao encontro desta quarta porque tem um "papel institucional" a cumprir e negou que declarações de Eduardo Bolsonaro sobre ele tenham azedado as relações. Nos bastidores, no entanto, sabe-se que Maia montou uma estratégia para se reeleger e tenta formar um bloco que isole o PSL na repartição de poder na Câmara, caso a equipe de Bolsonaro interfira na eleição, marcada para fevereiro de 2019.
"Achamos que quanto mais distante o governo estiver dessa eleição, melhor", comentou o presidente do DEM.
Previdência
A importância da reforma da Previdência também entrou na reunião dos deputados com Bolsonaro, mas o presidente eleito não detalhou os seus planos. "A gente tem que esperar o governo definir o que ele tem de proposta para ver se flexibiliza alguma coisa", disse Sóstenes. "Eu acho que até o próprio governo assume que ainda não está totalmente desenhado o modelo de reforma deles. Ou se está, eles não querem, por enquanto, expor. Estão discutindo, estão aprimorando."
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