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Doria diz que é contra apoio automático do PSDB a Bolsonaro

Julia Lindner

Brasília

12/12/2018 20h48

O governador eleito de São Paulo, João Doria, é contra o PSDB integrar a base aliada do governo de Jair Bolsonaro (PSL). Após reunião com o futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), nesta quarta-feira, 12, Doria defendeu que os deputados e senadores tucanos votem a favor do futuro governo quando forem projetos de interesse do Brasil, mas sem vínculo formal. "Eu defendo que o PSDB tenha uma posição a favor de todos os projetos do governo Bolsonaro que representem geração de emprego, geração de renda e melhoria da qualidade de vida da população", declarou.

Doria viajou a Brasília nesta quarta para participar do fórum de governadores eleitos, organizado na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ao final do encontro com os futuros chefes dos Executivos estaduais, ele foi ao CCBB. Segundo o governador eleito, enquanto ele conversava com Moro, Bolsonaro passou pelo gabinete e o cumprimentou. Doria apoiou abertamente a candidatura do candidato do PSL ao Palácio do Planalto no segundo turno da eleição.

Na semana passada, após reunião de integrantes do PSDB com Bolsonaro, o líder do partido na Câmara, deputado Nilson Leitão (MT), disse que o partido está disposto a ajudar o Brasil, mas que "não precisa entrar no governo para isso" e vai apoiar as reformas ligadas à "agenda tucana". Ele defendeu que Bolsonaro aproveite o capital político do início do mandato para aprovar mudanças no Congresso.

"O governo Bolsonaro vai ter apoio para tudo aquilo que também é a agenda tucana, como todas as reformas. Essa é a agenda que nos une: a reforma previdenciária, tributária, pacto federativo, redução da máquina pública. São temas que foram debatidos e é o que ele também deseja", disse Leitão. "Deixamos claro que PSDB entra e sai dessa reunião com disposição para ajudar o Brasil, mas que não precisa estar no governo para isso."

Nesta quarta, Doria disse que os políticos devem atuar com "responsabilidade, juízo e o sentimento de que não é possível fazer a defesa de interesses particularizados em prejuízo do interesse do País". "É preciso ter consciência, os deputados e senadores da República, de que nós estamos em uma transição para um novo governo. Não é justo você impor a governadores e ao novo presidente da República as responsabilidades fiscais que não foram discutidas nem com o presidente eleito nem com os governadores eleitos ou reeleitos. Não é uma atitude correta, não é uma atitude responsável, não é uma atitude patriota", afirmou.