Janaina defende incentivos a assessores que denunciem parlamentares
A deputada estadual eleita Janaina Paschoal (PSL-SP) defendeu no Twitter que assessores parlamentares tenham garantias e incentivos para denunciarem políticos que os contratam e ficam com parte de seus salários. Para Janaina, a prática deve ser coibida: "A lógica da contratação precisa ser a capacidade do contratado e não a disponibilidade em dividir seus ganhos com o chefe."
As declarações da advogada vêm após a polêmica da movimentação atípica de R$ 1,2 milhão envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL) e um ex-assessor. Sem citar o filho do presidente eleito Jair Bolsonaro e destacando que se refere à prática e não ao caso em si, ela afirma que "se os investigadores quiserem mesmo chegar a algum lugar, precisam dar alguma garantia aos assessores, para que eles falem".
"Nós precisamos falar sobre isso", escreveu Janaina. "Precisamos entender que alguns hábitos não são naturais, não fazem parte... ou nunca sairemos desse lamaçal. Um sistema só funciona quando há incentivos ao comportamento lícito."
A deputada eleita afirma que a prática é prejudicial pois faz com que parlamentares busquem cada vez mais pessoas não capacitadas e que "se submetam" a deixar parte de seu salário. "Esse tipo de prática é bem mais deletéria do que parece, pois, com o tempo, o parlamentar para de procurar pessoas competentes e passa a buscar pessoas rasas e inseguras, que se submetem."
Na semana passada, o jornal O Estado de S. Paulo revelou o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) sobre movimentação atípica envolvendo o ex-assessor Fabrício José Carlos de Queiroz. O documento foi anexado pelo Ministério Público Federal à investigação que deu origem à Operação Furna da Onça, realizada no mês passado e que levou à prisão dez deputados estaduais da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
O Coaf informou que foi comunicado das movimentações de Queiroz pelo banco porque elas são "incompatíveis com o patrimônio, a atividade econômica ou ocupação profissional e a capacidade financeira" do ex-assessor parlamentar, exonerado em outubro.
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