Ministério da Justiça diz que não há anistia e tira dúvidas sobre decreto
A redação do decreto foi feita de forma vaga e havia deixado a dúvida sobre se os registros que já não estavam mais vigentes seriam renovados ou não.
A anistia para quem perdeu o prazo de recadastramento de armas até o fim de 2009 é algo que o governo Bolsonaro irá abordar em uma medida provisória que deve ser editada até o final do mês, segundo o ministro Onyx Lorenzoni, da Casa Civil. A medida provisória ainda teria de ser aprovada pelo Congresso.
"O decreto não prevê anistia para quem perdeu o prazo para recadastramento, que acabou em 2009. Essa medida demandaria alteração legislativa, o que só poderia ser feito por meio de lei. O que prevê o Decreto, por sua vez, é a renovação automática dos certificados de registro de arma de fogo expedidos pela Polícia Federal antes da data de publicação do ato, e ainda vigentes, pelo prazo de dez anos", explicou o Ministério da Justiça em um documento contendo perguntas e respostas acerca do decreto.
Outro ponto que não estava claro, pela edição do decreto, é sobre o quão restritiva seria a exigência de ficha criminal limpa, pelos interessados em obter arma. Segundo o MJSP, para requerer arma, o cidadão não pode ser alvo de inquérito policial ou processo criminal.
O texto do MJSP também responde possíveis dúvidas que o cidadão interessado em comprar armas pode ter. Entre elas, explica que pessoas interessadas em ter armas em casa não poderão comprar fuzis, metralhadoras ou armas automáticas.
Em relação à exigência de cofre em casa onde habitem crianças, adolescentes ou pessoas com deficiência mental, o MJSP explica que o proprietário será obrigado a apresentar uma declaração escrita atestando isso. Se estiver mentindo, poderá "incorrer na prática do crime de omissão de cautela".
O decreto presidencial praticamente dispensou a comprovação a efetiva necessidade - um dos requisito para o cidadão interessado obter a concessão da posse de armas.
A elevação nos índices de homicídios no Brasil, que pela primeira vez chegaram a uma média de 30 a cada 100 mil habitantes no ano de 2018, preocupa especialistas em segurança pública, diante da possibilidade de mais armas estarem disponíveis à população.
Segundo o Ministério da Justiça, no entanto, as novas regras não irão aumentar "necessariamente" o número de homicídios.
"A alteração no Decreto nº. 5.123, de 2004, visou apenas deixar mais objetiva a análise por parte da Polícia Federal do requerimento para aquisição de arma de fogo de uso permitido. Assim, o interessado não fica sujeito a uma avaliação subjetiva do agente público encarregado de examinar o pedido. Não significa que ocorrerá necessariamente aumento do número de homicídios e que já vinha crescendo há anos com base na política anterior", disse o MJSP. A pasta disse também que combater homicídios é uma de suas prioridades.
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