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Ministério Público de Goiás prepara nova denúncia contra João de Deus

O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, deixa o IML de Goiânia no fim da noite desse domingo (16) após prestar depoimentos na Deic (Delegacia Estadual de Investigação Criminal) sobre denúncias de abuso sexual - Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo
O médium João Teixeira de Faria, o João de Deus, deixa o IML de Goiânia no fim da noite desse domingo (16) após prestar depoimentos na Deic (Delegacia Estadual de Investigação Criminal) sobre denúncias de abuso sexual Imagem: Ernesto Rodrigues/Estadão Conteúdo

Igor Moraes

São Paulo

15/01/2019 09h55

O Ministério Público de Goiás deve apresentar, nesta terça-feira (15), uma segunda denúncia contra João Teixeira de Faria, 76, conhecido como João de Deus, por crimes sexuais. Os promotores planejam realizar uma entrevista coletiva ainda hoje para anunciar a formalização da nova acusação contra o médium.

João de Deus foi interrogado na segunda-feira (14) pelos promotores Patrícia Otoni, Luciano Miranda Meireles e Augusto César Souza. A audiência durou três horas e aconteceu dentro do Complexo Penitenciário de Aparecida de Goiânia, onde o médium está preso desde o dia 16 de dezembro.

Também nesta terça, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Goiás pode retomar a julgamento de um habeas corpus interposto pela defesa de João de Deus. A análise do pedido foi interrompida na última quinta-feira, dia 10, depois que o juiz substituto Sival Guerra Pires pediu vistas do processo. Os outros quatro desembargadores do colegiado e o Ministério Público já se manifestaram contra o pedido dos advogados.

Réu

Na última quarta-feira (9), o médium virou réu por estupro de vulnerável e violência sexual mediante fraude, depois que a juíza Rosângela Rodrigues dos Santos, da Comarca de Abadiânia, aceitou denúncia que o acusa de ter cometido os crimes contra quatro vítimas.

Também na semana passada, a Polícia Civil de Goiás indiciou o médium e sua mulher, Ana Keyla Teixeira, por posse ilegal de armas. Em entrevista coletiva para anunciar o fim da força-tarefa policial sobre os casos envolvendo João de Deus, a delegada Karla Fernandes anunciou ainda que ele também foi indiciado por violação sexual mediante fraude. O crime teria sido cometido há três anos contra uma vítima que mora em São Paulo.

Cerca de 600 denúncias de todo o país e do exterior já foram apresentadas às autoridades contra o médium. Desde que foi detido, João de Deus nega todas as acusações feitas contra ele.