Caso Samarco: Pescadores afetados terão auxílio abatido de indenizações de 2018
Uma liminar deferida pelo juiz Federal Mário de Paula Franco Júnior, da 12ª Vara Federal de Minas Gerais, em 27 de dezembro, permitiu que a Renova descontasse os valores, alterando cerca de 2.500 acordos firmados entre a fundação e os pescadores de Minas Gerais e Espírito Santo. Os pescadores dizem que a mudança vai na direção contrária ao que foi acordado e afirmaram que vão recorrer. A liminar foi concedida à Samarco, que foi quem efetivamente fez o pedido judicial.
O lucro cessante corresponde à renda que deixou de ser recebida pelos pescadores no ano em função do seu ofício e trabalho, que foi interrompido após o rompimento da barragem despejar toneladas de rejeitos de mineração no Rio Doce. Gandara explicou que o pagamento é uma das indenizações. "A pessoa pode ter tido outros danos, como perdido um bem, e isso não tem a ver com o lucro cessante", ponderou.
A decisão liminar estabelece que não há diferença entre a natureza do Auxílio Financeiro Emergencial e a do Lucro Cessante, pois ambos se destinam a reparar a perda de renda dos atingidos em decorrência do rompimento.
O advogado representante das Colônias e da Federação de Pescadores, Leonardo Amarante, disse que nenhum dos pescadores que fizeram os acordos foram consultados. "Como é que depois que você formaliza uma negociação, estabelece as linhas estruturais de um acordo, você muda tudo? É muito complicado. Isso vai suscitar uma montanha de processos", disse o advogado, em entrevista recente ao Broadcast.
Segundo Gandara, a discussão sobre o abate do auxílio da parcela anual é antiga e vem desde 2017. "Ela não foi uma discussão recente. Talvez seja a mais antiga no CIF (Comitê Interfederativo, principal instância interno de interlocução dos órgãos públicos com a Fundação)".
Questionado se os pescadores foram de fato consultados, Gandara disse que há representantes de órgãos governamentais no CIF, representado por órgãos da administração pública federal, dos estados, algumas prefeituras e defensorias públicas. Segundo Gandara, "discutimos isso com os atores institucionais que eram legitimados para discutir esse assunto conosco. Não tínhamos um mandato para discutir com pescador, tá? Esse é o papel que eu acho que tem de ter uma divisão exata... de qual é o papel de quem está nessa discussão. Nosso papel foi discutir de forma ampla, transparente, aberta e com todos os dados na mesa", disse.
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