Prefeito de Congonhas quer TAC para acompanhar retirada de barragem da CSN
Há seis anos no cargo, Cordeiro negou o pedido da CSN para aumentar o alteamento da barragem em 11 metros, e agora quer que a Prefeitura acompanhe de perto a desativação da barragem, o que pode levar até cinco anos. Ele se reuniu com a CSN na segunda-feira, quando a companhia prometeu mudar o processo de produção do minério de ferro e informou que 40% já está sendo feito com o processo a seco, que não precisa de barragem; 40% não precisa de tratamento porque é de alta qualidade (hematita) e 20% está sendo colocado nas demais barragens da empresa no Estado, 13 ao todo.
"Mesmo inativa a barragem é um perigo, veja Brumadinho, por isso o Ministério Público já recomendou que a prefeitura contrate especialistas para acompanhar mensalmente o descomissionamento, mas para garantir a continuidade nossa sugestão é que se assine um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) entre todas as prefeituras onde tem barragem, empresas e Ministério Público", disse ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, informando que vai propor a medida para outras prefeituras de Minas Gerais.
Apesar da barragem da CSN da cidade ser à jusante, e não à montante como a que se rompeu da Vale em Brumadinho, os riscos para a cidade são igualmente graves, observou o prefeito, que vem acompanhando de perto o desastre de Brumadinho e se pergunta até hoje como a Vale deixou o restaurante e o prédio da mina de Córrego do Feijão no caminho da barragem. "É inadmissível", declarou.
ANM falha
Cordeiro reclama que não existe fiscalização no setor de mineração no Brasil e nem mesmo a criação da Agência Nacional de Mineração (ANM) melhorou a situação. "A agência já tem um ano e só fizeram aumentar a Cfem (royalty da mineração) de 2% para 3,5%, mas herdou uma administração sucateada e não fez concurso público, mesmo com grande número de funcionários se aposentando, não tem fiscal para dar conta", explicou. Em 2018, a arrecadação com a Cfem cresceu 65%, e mesmo assim, segundo Cordeiro, continuou com a mesma falta de fiscalização alegada pelo sucateado Departamento Nacional de Produtos Minerais (DNPM), que deu lugar à ANM.
O prefeito informou que na reunião com a CSN a empresa disse que importou equipamentos para que, até 2020, 100% da produção de minério de ferro da companhia seja realizada pelo processo seco, que não requer água e portanto considerado mais seguro. Desta maneira, ele acredita que vai preservar os empregos e evitar o impacto que a retirada de operações das cidades traria para a economia de Minas. Em Congonhas, a arrecadação com royalties e ICMS gira em torno de R$ 1 milhão, informou.
Procurada, a CSN não retornou até o fechamento dessa nota.
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