'Tu quer me matar?', diz Bolsonaro a Mourão em tom bem humorado
Bolsonaro reagiu a uma mensagem na qual Mourão contava que iria a um churrasco com amigos no Rio de Janeiro, enquanto o presidente passaria o dia no Hospital, onde está internado há duas semanas.
"No sábado, eu estava lá no Rio de Janeiro, né, e aí ele tinha me mandado uma mensagem, eu respondi para ele, dizendo que eu estava indo para um churrasco da minha turma de Academia. Ele me ligou, 30 segundos depois, dizendo: 'tu quer me matar?'. Eu: 'ué, por quê?'. Aí ele: "Pô, eu nesse hospital e tu em churrasco, pô?".
Hoje, Mourão disse que tinha boas notícias e que Bolsonaro está "praticamente quase bom, em condições de voltar", mas ainda sem data para receber alta hospitalar. A expectativa é que ele deixe o hospital até sexta-feira.
Duas semanas após uma cirurgia de retirada da bolsa de colostomia, o presidente Bolsonaro começou a se alimentar com uma dieta leve nesta segunda-feira, 11, segundo o Planalto. De manhã, ele recebeu creme de frutas e chá. No almoço, comeu caldo de abobrinha com carne e biscoito. À noite, o presidente deve comer purê de batata com carne moída.
A evolução na alimentação é uma das condições para alta do hospital. Anteriormente, ele recebia apenas alimentação cremosa e água. Na noite de domingo, 10, o presidente jantou creme de abobrinha com carne e batata batidos.
Reunião
Diante da ausência de Bolsonaro, a reunião desta semana do conselho de governo, que ocorre todas às terças-feiras no Palácio do Planalto, foi cancelada. Além do presidente, o grupo é formado pelo vice e os ministros. Sem Bolsonaro, Mourão foi responsável por comandar os dois últimos encontros, porém seu nome enfrenta resistência de integrantes do governo.
"Não, não tem reunião amanhã. O presidente já está para voltar, vamos fazer semana que vem para debater melhor os assuntos", disse Mourão ao deixar o Planalto. Ele afirmou que não sabe qual será o tema da próxima reunião.
Na semana passada, a reunião ministerial com Mourão terminou apenas com um balanço geral, sem decisões relevantes. O objetivo era debater o plano de cortar 21 mil cargos, comissões e funções gratificadas. A proposta, que integra o pacote de metas para os primeiros cem dias do governo, ainda não avançou.
Como mostrou o Broadcast na semana passada, depois de assumir a presidência por apenas 48 horas após a cirurgia de Bolsonaro, em janeiro, Mourão está isolado na vice-presidência e não tem participado das decisões do governo. Nos bastidores, a avaliação é de que ele demais nas últimas semanas e invadiu o espaço do presidente.
Além de desagradar os filhos do presidente Bolsonaro, os ministros da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, também foram contrários a uma eventual interinidade do general por mais tempo. O sentimento é compartilhado até mesmo por militares.
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