Arquidiocese investiga há dois anos caso de abuso sexual em Fortaleza
Nesta quinta-feira, 7, o arcebispo referiu-se ao caso do padre afastado ao dar exemplo de que a arquidiocese está coesa com a diretriz do papa Francisco de dar rapidez e transparência à apuração dos casos de abusos sexuais no clero. No dia anterior, ao final do lançamento da Campanha da Fraternidade de 2019, d. José Antonio já havia dito à imprensa que todas as Igrejas do Brasil estão atentas aos abusos, citando o caso do padre. "Se tem algum caso, é encaminhado para a justiça da Igreja, em primeiro lugar, e, se confirmado, também para a justiça civil", disse.
Procurado, o arcebispo informou, por meio de sua assessoria, que o caso envolvendo o padre Raimundo ainda está sob a análise de Roma e, se ficar comprovado o abuso, será encaminhado à Justiça de Fortaleza. Conforme a assessoria, d. José fez chegar aos bispos e padres da arquidiocese que deseja "firmeza e rapidez" na apuração de qualquer denúncia relacionada a abusos de menores pelo clero. A arquidiocese não informou se houve novas denúncias, além daquela que resultou na suspensão do padre Raimundo.
O presidente do Tribunal Eclesiástico da arquidiocese de Fortaleza, padre Antonio Carlos do Nascimento, disse que não há casos novos em apuração. "É praxe da Igreja afastar imediatamente o padre, quando surge uma suspeita. Isso não quer dizer que seja culpado, pois é uma medida preventiva." Segundo ele, o próprio bispo inicia a investigação e, havendo provas, encaminha para o tribunal. Desde 2015, quando assumiu a função no tribunal, esse foi o único caso de que teve conhecimento. "Se houve algum caso novo, ainda não chegou até o tribunal", disse.
O padre Raimundo foi acusado de assédio sexual por um jovem que trabalhava com ele na paróquia. Os abusos começaram quando o adolescente tinha 13 anos. À investigação, ele contou que o padre o nomeou seu secretário particular e começou a fazer propostas sexuais, oferecendo dinheiro e a compra de celulares. O assédio se tornou escancarado quando o padre passou a enviar fotos de seu órgão sexual para o adolescente.
Com a suspensão, o padre foi impedido de celebrar missas e ministrar sacramentos. Após as investigações, conduzidas por dois sacerdotes nomeados pela arquidiocese, o processo foi encaminhado ao Vaticano. A reportagem não conseguiu contato com o padre Raimundo. A paróquia de Nossa Senhora da Conceição informou que, desde o afastamento, ele mora com familiares no interior. Na investigação prévia, ele negou todas as acusações e disse que era vítima de uma armação.
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