Governo anuncia nova número 2 do MEC
A informação, antecipada pelo jornal O Estado de S. Paulo, foi confirmada pelo ministro Ricardo Vélez Rodríguez, no Twitter.
Luiz Antonio Tozi, que estava na posto até esta semana, foi exonerado nesta quinta, a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Vélez chegou a anunciar que Rubens Barreto seria o secretário executivo, mas pressões internas não o deixaram nem sequer assumir o cargo. Iolene foi indicada a Tozi pelo presidente da Capes, Anderson Ribeiro Correia. Os três são de São José dos Campos, no interior de São Paulo - Correia também é evangélico.
Quando começaram as disputas entre grupos no MEC, há cerca de um mês, o grupo técnico entendeu que a presença de evangélicos poderia fortalecer o ministro contra os chamados "olavistas" - seguidores do escritor Olavo de Carvalho, "guru" dos bolsonaristas. Representantes de instituições cristãs passaram a ser recebidos no MEC sem que o grupo ligado a Olavo soubesse.
Após tuítes raivosos de Olavo contra Tozi, Bolsonaro pediu a cabeça do número 2 do MEC. Após a pressão pela não nomeação de Barreto, Vélez pensou em se demitir, mas foi convencido a continuar no cargo. A solução encontrada para tentar segurar o ministro foi colocar Iolene no posto. Mesmo com a escolha de Iolene, Vélez continua sem força - diversos grupos se movimentam para indicar seu sucessor, entre evangélicos e militares.
Iolene tem um perfil que agrada ao grupo mais conservador. A nova secretária executiva do MEC é pedagoga, com especialização em gestão. Ela dirigia o Colégio Inspire, que em seu site diz que "apresenta todos os conteúdos curriculares dentro da cosmovisão bíblica". É uma escola batista que tem entre os objetivos a "formação integral do ser humano" para cumprir "os propósitos de Deus no mundo". O colégio é mantido pela Primeira Igreja Batista de São José dos Campos, que mudou de nome para Igreja da Cidade.
Bancada
Após o anúncio da nova secretária executiva do MEC, deputados da bancada evangélica negaram ter ligação com Iolene. "A FPE (Frente Parlamentar Evangélica) não indicou a senhora Iolene Maria de Lima para a pasta da Educação. A FPE não faz fisiologismo. Se ela puder contribuir com o governo para o bem do Brasil, assim o será, e só isso!", disse Marco Feliciano (Podemos-SP).
No Twitter, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) afirmou que a maioria da bancada nem conhece Iolene. "Como um membro da Frente Evangélica posso afirmar que em nenhum momento a FPE deliberou indicação de cargos para o MEC, menos ainda a Sra. Iolene Maria de Lima, que a maioria de nós nem sabemos quem é. Não coloquem na conta! Entendo que a FPE não nasceu para indicar cargos", escreveu. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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