'Brasília não pode faltar', diz diretor do Depen sobre transferência de Marcola
O comentário é uma resposta às críticas que a medida recebeu do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). Rocha acionou a Justiça nesta segunda-feira com um pedido para que o presídio de segurança máxima do DF seja fechado.
"A gente não recebeu esse pedido ainda, estou em viagem. Mas o que a gente vê é que, primeiro, a existência ou não do presídio no DF nunca se refletiu no aumento ou na diminuição da segurança no DF", argumentou o diretor-geral do Depen.
Ele disse que não há razão para temer a transferência de líderes de facções criminosas para Brasília e frisou que o Distrito Federal tem mais policiais do que qualquer Estado no país. "Acho que não é bom manifestação nesse sentido até porque a polícia do DF é uma das melhores no Brasil, inclusive é mantida pelo governo federal. A cúpula de inteligência funciona bem", disse. Ele comentou que o salário de policiais é pago com recursos da União.
"Não entendo temor e acho que é exagero isso. Para vencer o crime organizado, a gente não pode demonstrar temor, mas articulação, decisão e união", disse.
Defendendo o diálogo, Bordignon disse que a transferência não é para sempre e lembrou que Marcola passou menos de 2 meses no presídio federal de Porto Velho.
"O preso não vai ficar a vida toda lá. O Depen faz rodízios constantes dos presos. É importante que a gente fiquem em Brasília o tempo que for necessário. Passados esses tempos eles irão rodar por outros presídios", disse, sem adiantar quanto tempo Marcola poderá ficar no DF.
O chefe do Depen, no entanto, defendeu o ministro Sérgio Moro após a crítica feita por Ibaneis no fim de semana, quando o governador disse que Moro "não conhece nada de segurança". "O ministro Sérgio Moro demonstrou ter conhecimento sobre segurança pública, está revolucionando o sistema prisional no país e está colaborando com os estados", disse Bordignon.
O delegado da Polícia Federal, que já foi o diretor da penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná, disse que a presença de presídios do tipo "repercutem positivamente, melhoram isolamento dos presos". Além disso, frisou que é parte da estratégia para combate ao crime organizado o isolamento de lideranças. "O crime organizado só vai ser fortalecido com o Estado cada vez mais organizado e articulado", disse.
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