Com 300 novos buracos por dia, SP quer acelerar reparos
Covas assinou um decreto que prevê maiores exigências técnicas às permissionárias e concessionárias de serviços de infraestrutura urbana (tais como telefonia, internet e gás), apontadas como uma das principais responsáveis pela criação de novos buracos na cidade.
O prefeito anunciou ter atendido 41 mil solicitações de tapa-buraco em 40 dias, cumprindo a meta de 38 mil para o prazo (o que representa cerca de 28 mil buracos, pois parte dos pedidos é repetida). De acordo com ele, ainda há 20 mil atendimentos em espera.
Covas disse, ainda, que de 90 a 100 caminhões trabalham exclusivamente com tapa-buraco, número que era de 30 no início do ano. Ele admitiu, contudo, que o serviço é "paliativo" e a solução ideal seria o recapeamento das vias, o que afirma ser inviável em curto prazo.
"O tapa-buraco é um serviço paliativo. O que resolve mesmo é o recapeamento na cidade de São Paulo", aponta ele, que afirma ter aumentado o investimento de R$ 300 milhões anuais (em 2018) para R$ 400 milhões. "Se esse volume (de investimento) for mantido, talvez em 20 anos, a gente possa ter um viário melhor. Se tivesse sido feito há 20 anos atrás, a gente não teria essa quantidade imensa de buracos."
Reclamações
A gestão municipal alega que, das reclamações de serviços de tapa-buraco malfeito, 96% são dos atendidos pelas concessionárias. Diante disso, um sistema de monitoramento começou a ser adotado para arquivar imagens dos trechos antes, durante e depois da resolução do problema. Além disso, será necessário informar a gestão sempre que for aberto um buraco.
O secretário das Subprefeituras, Alexandre Modonezi, ressaltou que, com o novo decreto, as concessionárias deverão manter o padrão da Prefeitura, como o de "recortar" a área do entorno do buraco para fazer o preenchimento, em vez de apenas aplicar o asfalto. "O decreto é o primeiro passo. Sabemos que precisamos melhorar."
Concessionárias
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) disse que não foi informada oficialmente sobre a mudança e que ainda deve avaliar como se adequará às novas regras. Afirmou ainda que, hoje, a fiscalização do serviço já é "rigorosa".
Responsável pelo abastecimento de gás, a Comgás disse que executa os serviços segundo "as normas aplicáveis" nos casos em que é preciso tapar buraco, e aguarda a publicação do decreto no Diário Oficial da Cidade para saber seu teor. A Enel, responsável pelo serviço de energia, disse que não se pronunciará sobre o tema. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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