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Governo diz que Guedes e Coaf responderão sobre Glenn no prazo de 24 h

O jornalista Glenn Greenwald  - Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo
O jornalista Glenn Greenwald Imagem: Fátima Meira/Futura Press/Estadão Conteúdo

André Ítalo Rocha

São Paulo

08/07/2019 20h13

O Ministério da Economia divulgou nota nesta segunda-feira, 8, na qual afirma que o ministro Paulo Guedes e o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) vão responder aos pedidos de explicação do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre as supostas investigações de movimentações financeiras do jornalista Glenn Greenwald, respeitando o prazo de 24 horas para as respostas.

De acordo com a pasta, o pedido feito a Guedes foi recebido às 15h25. No caso do Coaf, às 15h. A partir desses horários é que começa a contar o prazo de 24 horas estabelecido pelo tribunal. A resposta do Coaf terá de ser feita pelo presidente da instituição, Roberto Leonel de Oliveira Lima.

Os pedidos de explicação foram motivados pela suspeita de que a Polícia Federal, vinculada ao Ministério da Justiça, tenha solicitado ao Coaf, ligado à Economia, que investigasse possíveis movimentações financeiras atípicas do jornalista Glenn Greenwald, do site The Intercept Brasil, responsável pela divulgação de supostas trocas de mensagens por celular entre o ministro da Justiça, Sergio Moro, então juiz da Lava Jato, e procuradores da operação.

O prazo foi dado pelo ministro Bruno Dantas, do TCU, em reação a representação proposta pelo subprocurador-geral do Ministério Público de Contas, Lucas Rocha Furtado. O entendimento da representação é que a suposta investigação teria como motivação intimidar o jornalista, mediante perseguição e abuso de poder, resultando em mau uso de recursos públicos.

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As reportagens de Greenwald, que estão sendo publicadas em série, algumas em parceria com outros veículos de comunicação, mostram conversas virtuais atribuídas a Moro, durante seu período como juiz da Lava Jato, e a procuradores da força-tarefa. As mensagens sugerem que Moro orientou o trabalho dos procuradores, indicando um conluio entre juiz e acusação.

Moro, que deixou o cargo de magistrado no fim do ano passado para aceitar convite do presidente Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça, nega o conluio e afirma não ter como confirmar a autenticidade das mensagens, por não se lembrar de conversas ocorridas há anos e porque, mesmo que sejam verdadeiras, já teriam sido apagadas.

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