Em CPMI, Joice acusa Carlos e Eduardo Bolsonaro de controlar 'milícias virtuais'
Segundo Joice, um dos mais ativos grupos de propagadores de notícias falsas e difamações seria o chamado "Gabinete do Ódio", que seria integrado pelos assessores especiais da Presidência da República Filipe Martins, Tercio Arnaud, José Matheus e Mateus Diniz. Para ela, esses assessores são pautados por filhos de Bolsonaro, em especial o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PSC). Outro influenciador ligado ao grupo seria o escritor Olavo de Carvalho.
"Eu quero crer que o presidente não sabe disso", disse Joice, ao citar a ação das supostas redes de difamação que, de acordo com dados apresentados por ela, fazem amplo uso de perfis falsos em redes sociais. Joice disse que o próprio presidente tem publicações impulsionadas por robôs. "São quase dois milhões de robôs seguindo dois perfis, sendo 1,4 milhão no perfil de Jair Bolsonaro e 468 mil no perfil de Eduardo Bolsonaro", disse.
A deputada do PSL de São Paulo afirmou ter começado a investigar as estratégias de difamação de antigos aliados de Bolsonaro desde que foi destituída da liderança do governo e passou ela própria a ser alvo dos ataques. Em sua pesquisa, que teria gerado 174 páginas salvas e já autenticadas por um especialista, Joice contou ter encontrado o valor médio de R$ 20 mil para a contratação de campanhas impulsionadas por robôs.
Além da própria deputada do PSL, teriam sido vítimas das milícias virtuais ex-ministros, como Gustavo Bebianno e Carlos Alberto Santos Cruz, além do vice-presidente Hamilton Mourão. Também citou como alvos o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP), Dayanne Pimentel (PSL-BA), Delegado Waldir (PSL-GO) e youtubers e artistas.
Joice também afirmou não saber quem financia tal cadeia de difamação, mas sugeriu à comissão que "siga o rastro do dinheiro porque estamos falando de milhões de reais". Apesar de não apontar eventuais financiadores do esquema, a deputada declarou que boa parte da fonte das notícias falsas e campanhas difamatórias tem origem em gabinetes de políticos aliados, tocadas por assessores e pelos próprios legisladores.
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