Expectativa positiva do governo Bolsonaro recua, aponta pesquisa
Na prática, Bolsonaro inicia o segundo ano de sua gestão registrando oscilações negativas de popularidade, se o porcentual for comparado com 2019. A pesquisa mostrou que o governo foi classificado como "ruim e péssimo" por 39% dos entrevistados. Trata-se do mesmo índice desde novembro, mas há um ano apenas 20% tinham o mesmo julgamento.
O primeiro ano do governo foi marcado pela votação da impopular reforma da Previdência, considerada necessária para o ajuste fiscal, e por dificuldades de relacionamento com o Congresso, além de forte bloqueio de recursos para áreas essenciais, como saúde e educação. Embora o desemprego tenha diminuído, ainda está elevado, atingindo 11,9 milhões de pessoas. A condução da política causou dissabores para Bolsonaro, muitos deles provocados por seus próprios filhos.
Na percepção dos entrevistados, o senador Flávio (sem partido-RJ), o vereador Carlos (PSC-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) exercem hoje "muita influência" sobre o governo do pai (55%), mais até do que os militares (53%) e as redes sociais (50%). As igrejas evangélicas, que ajudaram a eleger o presidente, aparecem com 41% no quesito influência. Os resultados da área econômica, comandada pelo ministro Paulo Guedes, também dividem opiniões. Para 45% dos consultados, a economia do País está no caminho certo. Outros 43%, no entanto, apontam que o rumo está errado.
Legislativo
O levantamento indicou, ainda, que 45% dos ouvidos consideram o Congresso ruim ou péssimo, embora o Legislativo tenha sido renovado em mais da metade nas eleições de 2018. Esse porcentual era de 37% no mesmo período do ano passado 2019 e de 44% em dezembro. O desempenho positivo do Congresso é o pior da atual legislatura, com apenas 9% de ótimo e bom, contra 13% em dezembro e 17% em janeiro de 2019. Outros 41% dos entrevistados avaliam o Parlamento como regular - 39% no mês passado e 34% há um ano. A pior avaliação é a da Câmara, pois 83% responderam que não confiam na instituição. Já no Senado, esse índice é de 79%.
Os partidos também enfrentam o descrédito da população. Entre os entrevistados, 89% dizem não confiar nas legendas. A pesquisa mediu, por outro lado, a percepção das pessoas sobre o grau de corrupção no País. Para 32%, a corrupção aumentará, mesmo porcentual dos que dizem acreditar que nada vai mudar. Outros 30% esperam que a corrupção diminuirá.
A pesquisa teve abrangência nacional e ouviu mil entrevistados, entre segunda-feira e quinta-feira, 16. A margem de erro da pesquisa é de 3,2 pontos porcentuais, para mais ou para menos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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