Após sancionar fundo de R$ 2 bi, Bolsonaro vai a reunião de seu novo partido
Líderes do Aliança pelo Brasil têm afirmado que não usarão a verba do Fundo Eleitoral, criado para compensar a vedação de financiamentos por pessoas jurídicas.
"O presidente não pode enfrentar o Congresso, sendo que a grande maioria do Congresso optou pelo Fundo. Vamos trabalhar pra mudar essa realidade, com o apoio do povo", disse a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF).
Desde que o valor foi aprovado pelo Congresso em dezembro, Bolsonaro era pressionado para vetar o Fundo Eleitoral.
O presidente chegou a lançar uma campanha recomendando que eleitores não votem em candidatos que fizerem uso do dinheiro. Levantamento do jornal O Estado de S. Paulo mostrou que pelo menos 15 parlamentares bolsonaristas, em 2018, tiveram parte dos gastos eleitorais em 2018 custeada com dinheiro do Fundo Eleitoral.
Cartórios
O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, decidiu na última quinta-feira, 16, negar o pedido formulado por cinco partidos da oposição para barrar a atuação de cartórios no recolhimento de assinaturas para a criação do Aliança pelo Brasil.
PT, PC do B, PDT, PSOL e PSB acionaram o CNJ sob a alegação de que há uma "relação não republicana" entre cartórios brasileiros e o futuro partido de Jair Bolsonaro, que precisa coletar ao menos 491,9 mil assinaturas até março para sair do papel e disputar as próximas eleições.
A crítica reside no fato de cartórios disponibilizarem e armazenarem as fichas de apoio dos apoiadores do Aliança pelo Brasil, o que configuraria, na avaliação da oposição, quebra da "moralidade administrativa". As legendas recorreram ao CNJ para "impedir que serviços judiciais auxiliares rompam com a necessária imparcialidade do poder Judiciário e passem a atuar em favor de determinadas agremiações partidárias".
A liminar foi negado por Humberto Martins, que avaliou que não ficou comprovado, até agora, "estar ocorrendo ilegalidade".
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