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Witzel cita 'muitos interesses envolvidos' e diz suspeitar de sabotagem na Cedae

Denise Luna

Rio

20/01/2020 13h01

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, disse nesta segunda-feira, 20, que suspeita que um crime de sabotagem seja responsável pela crise no abastecimento da Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae), que há cerca de 15 dias tem seu fornecimento prejudicado pela contaminação de uma substância formada por algas chamada geosmina, que confere odor, cheiro e cor à água.

Sem dar detalhes, ele afirmou que a suspeita se deveria ao interesse de "manchar a imagem" da empresa, que deverá ser, em parte, privatizada este ano. A venda da Cedae foi exigência do governo federal, em 2017, para que o Estado entrasse no Regime de Recuperação Fiscal.

"Eu acredito, e está sendo apurado, em uma sabotagem por conta do leilão (da Cedae). Há muitos interesses envolvidos e eu pedi à Polícia que apurasse", disse Witzel a jornalistas em evento nesta segunda-feira, feriado de São Sebastião na cidade do Rio. O governador não deixou claro quem teria interesse em sabotar a empresa.

"Evidente que houve um fato ali, uma imperícia, e vamos apurar se essa imperícia foi dolosa ou culposa. Vamos apurar se quem deveria tomar conta para evitar que o que está acontecendo agora no verão, nas férias, foi simplesmente um fato culposo, incompetência", completou o governador.

A Polícia Civil do Rio já investiga há alguns dias a causa da poluição na água distribuída pela Cedae, depois que moradores de alguns bairros da capital registram danos à saúde trazidos pela poluição na água, como náuseas e diarreia. A população tem sido obrigada a comprar água mineral em algumas localidades, provocando a alta do produto no mercado.

O governador anunciou também que vai investir R$ 700 milhões em obras na estação de tratamento do Rio Guandu para viabilizar o leilão.