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Não queremos que o 'índio' permaneça como homem pré-histórico, diz Bolsonaro

Aplaudido por plateia, presidente ainda demonstrou orgulho por ter interrompido a demarcação de terras indígenas e quilombos - Renato Costa/Framephoto/Estadão Conteúdo
Aplaudido por plateia, presidente ainda demonstrou orgulho por ter interrompido a demarcação de terras indígenas e quilombos Imagem: Renato Costa/Framephoto/Estadão Conteúdo

Gregory Prudenciano

São Paulo

14/02/2020 17h02

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender a mineração em terras indígenas, além do uso dessas terras para cultivo, arrendamento e até construção de hidrelétricas. As falas do presidente foram feitas hoje, 14, durante inauguração de trecho pavimentado da BR-163 em Altamira (PA).

"Nós queremos integrar. Não admitimos aqueles que querem que o índio permaneça como homem pré-histórico, preso em seu território", defendeu Bolsonaro.

"Apresentamos um projeto que não quer apenas dar direito a que se garimpe em terra indígena. Nós queremos que o índio tenha o mesmo direito que seu irmão ao lado, fazendeiro, tem de garimpar, cultivar, arrendar sua terra, se for o caso construir PCH (Pequena Central Hidrelétrica), construir hidrelétricas. O índio é nosso irmão e estamos buscando integrá-lo à sociedade", explicou o presidente.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, foi elogiado pelo presidente da República, que acenou também para o Congresso Nacional. "O parlamento vem mudando também", disse Bolsonaro.

Aplaudido pela audiência, Bolsonaro demonstrou orgulho de ter interrompido a demarcação de terras indígenas e também de quilombos. Segundo ele, tais demarcações são "inadmissíveis". O presidente disse se sensibilizar com produtores rurais que tinham a posse de suas terras questionadas na Justiça durante processos de demarcações de terras indígenas. "Isso não tem mais", garantiu.

'Amazônia é nossa!'

Bolsonaro também voltou a citar a Amazônia como pauta sensível à soberania do Brasil. "A Amazônia é nossa", bradou a um público repleto de militares. Sem citar nomes, o presidente se disse atacado em 2019 pelo "chefe de um grande Estado da Europa", em referência ao presidente da França, Emmanuel Macron.

O brasileiro disse que seu governo, ao suspender demarcações de terras, interrompeu "uma política totalmente equivocada, que atendia os interesses de outros países".