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Professor preso por pedofilia em SP tinha artimanha para enganar alunas

Agentes da Polícia Civil fazem buscas por material ligado à exploração infantil na 6ª fase da Operação Luz da Infância - Divulgação/Polícia Civil
Agentes da Polícia Civil fazem buscas por material ligado à exploração infantil na 6ª fase da Operação Luz da Infância Imagem: Divulgação/Polícia Civil

Paula Felix

São Paulo

19/02/2020 11h24

As aulas foram retomadas normalmente na manhã de hoje na Saint Nicholas School, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo, que teve um professor preso ontem em uma operação da Polícia Civil contra pornografia infantil. Pais e alunos foram recebidos por uma grande equipe da escola, incluindo o diretor da unidade. As famílias e os funcionários evitaram falar com a imprensa.

Sem se identificar, um pai classificou o caso como uma catástrofe. "Meus filhos não tinham aula com ele, mas está todo mundo preocupado. Todo mundo é vítima. É uma catástrofe." Ele destacou a importância de os fatos serem apurados e disse que este é um momento de dar apoio para a comunidade escolar. "É preciso separar o indivíduo da escola."

Uma mulher que levou a filha de uma amiga para a escola nesta quarta-feira contou que a movimentação da polícia no colégio deixou os pais preocupados. "Só se fala disso nos grupos de mães."

Manobristas que trabalham no entorno da escola descreveram o professor como uma pessoa reservada. "Ele estacionava o carro dele e era o único que a gente não pegava. Ele era mais isolado, quieto. Às vezes, esquecia a chave pendurada no carro e a gente pegava", contou um dos manobristas, que não quis se identificar.

O professor Ivan Secco Falsztyn, de 54 anos, foi preso na manhã de ontem durante nova fase da Operação Luz da Infância, do Ministério da Justiça e Segurança Pública e de polícias civis de 12 estados para identificar autores de crimes de abuso e exploração sexual contra crianças e adolescentes. O docente foi uma das 43 pessoas presas em flagrante por suspeita de envolvimento em produção ou armazenamento de pornografia infanto-juvenil.

Segundo a Polícia Civil, o professor fazia uso de uma artimanha para ludibriar as vítimas, em geral meninas de 12 e 13 anos de idade. Ele embutia em caixinhas de remédio uma câmera secreta para filmar as alunas em sala. Foram três anos de armazenamento de imagens.

Investigadores afirmam que Secco mantinha em seus computadores o arquivo de fotos e vídeos das vítimas. A polícia fez buscas na casa do docente, onde um computador foi confiscado. Também apreendeu um segundo computador dele na sala de professores da escola.

Segundo a polícia, o professor, que é casado, tem quatro filhos, que estudam em outra escola. A mulher dele é diretora de uma escola.

Em nota distribuída aos pais de alunos, a Saint Nicholas School afirmou: "Nós estamos em choque e nos comprometemos a entender o que aconteceu e oferecemos apoio incondicional a toda a comunidade".

A defesa de Secco não se manifestou. O espaço está aberto para manifestações.