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Após saída de Moro, Câmara articula CPI e convite para ex-juiz ser ouvido

Sergio Moro anuncia demissão do Ministério da Justiça em coletiva de imprensa em Brasília - UESLEI MARCELINO
Sergio Moro anuncia demissão do Ministério da Justiça em coletiva de imprensa em Brasília Imagem: UESLEI MARCELINO

Camila Turtelli

Brasília

24/04/2020 13h14

Logo após as denúncias feitas por Sergio Moro sobre possível interferência política do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na Polícia Federal, parlamentares correram para levar a investigação das acusações ao Parlamento.

O deputado Aliel Machado (PSB-PR) já apresentou um requerimento de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) à Câmara.

"É inaceitável que se legitime ações de obstrução do processo criminal em sentido estrito e em sentido amplo. É esse o relato do então ministro da Justiça", diz Machado no pedido.

O deputado já está coletando digitalmente as assinaturas para protocolar o documento. São necessárias 171 para isso. "Já tenho deputados assinando", disse Machado no começo da tarde desta sexta-feira.

O deputado Luiz Miranda (DEM-DF) está preparando um pedido para que Moro seja convidado a prestar esclarecimentos no plenário da Câmara sobre as denúncias feitas por ele nesta sexta-feira.

Ele não poderá ser convocado, ou seja, obrigado a comparecer, porque isso só pode ser feito para ministros ou titulares de órgãos diretamente subordinados à Presidência da República.

Ao anunciar a saída do cargo, o então ministro da Justiça e Segurança Pública acusou nesta o presidente Jair Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.

"O presidente me quer fora do cargo", disse Moro, ao deixar claro que a saída foi motivada por decisão de Bolsonaro.

Sergio Moro pede demissão

Band Notí­cias

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.