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Maia faz convite à 'pacificação dos espíritos' em pronunciamento

Camila Turtelli

26/05/2020 16h53

Sem citar as crises institucionais do Executivo ou mesmo chefes de outros Poderes, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um pronunciamento nesta terça-feira, 26, convocando a "pacificação dos espíritos", a preservação da democracia e a luta contra o coronavírus.

"Faço desse momento um convite à pacificação dos espíritos, vigilantes, e desarmados de preconceitos de qualquer ordem, temos que trabalhar pelo Brasil", declarou Maia.

O deputado disse ainda que a sociedade espera dos detentores de mandatos consciência neste momento de pandemia. "Consciência do papel a desempenhar na busca de soluções para enfrentar o vírus que mata", afirmou. "Espera de nós maturidade para manter um diálogo construtivo entre as instituições e para com a sociedade", afirmou.

Aos demais deputados, Maia pediu altivez e equilíbrio. "É imprescindível cuidar da relação harmoniosa e independente entre os Poderes da República. É isso o que nos ordena a Constituição. A construção e a preservação da democracia exigem esforços diários, vigilância intensa e transparência", disse. Maia vem sendo cobrado por deputados da oposição e pelas redes sociais para pautar um pedido de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Já são 35 os pedidos em sua mesa.

Maia afirmou ainda manter um diálogo institucional permanente com o Executivo e que nunca desistiu de construir pontes e de destruir muros.

"Há duas semanas estive com o excelentíssimo senhor presidente da República, e para ser fiel à verdade, devo dizer que fui recebido com elegância e cordialidade, como mandam os ritos", disse. Maia afirmou ainda ver com naturalidade o esforço do governo federal para ampliar sua base política, em uma referência à aproximação do governo com os partidos do Centrão. "Ao invés de ser criticado, esse esforço deve ser respeitado. O sistema democrático exige a convivência republicana entre Executivo e Legislativo", disse.

"O nosso grande desafio é derrotar o coronavírus, vencer a gravíssima crise social e econômica que está à nossa frente, preservando a nossa democracia. Repito, preservando a nossa democracia", disse.

O deputado classificou o momento atual como grave e também como um momento de guerra. "O mundo enfrenta a mais grave crise sanitária e humanitária desde a Segunda Guerra Mundial", disse. Ele se solidarizou com as famílias que perderam entes para a covid-19 e também homenageou os profissionais de saúde, a quem chamou de heróis.

Ele voltou a falar sobre a crise econômica, no esteio da pandemia. "Mas é preciso ter claro: a quarentena, o isolamento social, não são os culpados por derrubar a economia. quem derruba a economia é o vírus", disse.