Murilo Melo Filho, acadêmico e jornalista, morre aos 91 anos
Nascido em Natal (RN) em outubro de 1928, ele começou a trabalhar no Diário de Natal com apenas 12 anos, escrevendo comentários esportivos. Aos 18 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde trabalhou no IBGE, no Ministério da Marinha e em diversos jornais, incluindo o Correio da Noite, a Tribuna da Imprensa, o Estadão e na revista Manchete, veículo para o qual colaborou por 40 anos.
Nos anos 1960, foi diretor da Manchete, acompanhando de perto a construção e os primeiros anos de Brasília, onde também ensinou jornalismo na UnB.
De Juscelino Kubitschek a José Sarney, Melo Filho acompanhou viagens e entrevistou os líderes políticos do País, visitando os cinco continentes e participando da cobertura de alguns dos principais acontecimentos históricos da segunda metade do século 20. Cobriu a Guerra do Vietnã, com o fotógrafo Gervásio Baptista, em 1967, e foi o primeiro jornalista brasileiro a cobrir a Guerra do Camboja, com o fotógrafo Antônio Rudge, em 1973.
Entre colaborações e artigos, seus textos figuram em livros como Cinco Dias em Junho (1967, com com Arnaldo Niskier, Joel Silveira e Raimundo Magalhães) e O Desafio Brasileiro (1970), texto que vendeu 80 mil exemplares em 16 edições e lhe rendeu o Prêmio Alfred Jurzykowski, da ABL, como o melhor ensaio do ano.
Seus trabalhos mais recentes foram O Brasileiro Rui Barbosa (A União Editora, 2009) e Políticos ao Entardecer (Editora Cultura, 2009).
Murilo Melo Filho foi também membro do Conselho Administrativo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e membro da União Brasileira de Escritores (UBE), bem como oficial militar da reserva.
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