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Iabas pode perder administração de seis hospitais de campanha

Obras no Hospital de Campanha em São Gonçalo, administrado pelo Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), no Rio - Lucas Tavares - 26.mai.2020/Zimel Press/Estadão Conteúdo
Obras no Hospital de Campanha em São Gonçalo, administrado pelo Iabas (Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde), no Rio Imagem: Lucas Tavares - 26.mai.2020/Zimel Press/Estadão Conteúdo

Fábio Grellet

No Rio

30/05/2020 10h26

Diante do atraso da organização social Iabas para entregar os sete hospitais de campanha destinados ao tratamento de pacientes de covid-19 no Estado do Rio de Janeiro, o governo do Estado do Rio está negociando com um consórcio privado para assumir a gestão de seis desses hospitais. Mas a organização social seguirá responsável pela conclusão de todas as unidades, que depois de prontos podem ser administradas pelo consórcio.

Até agora, só um dos sete hospitais de campanha foi entregue, no Maracanã (zona norte do Rio). Esse seguiria funcionando sob responsabilidade da Iabas. Ainda estão em construção unidades nos municípios de São Gonçalo, Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Nova Friburgo, Campos e Casimiro de Abreu. Juntos, esses hospitais vão oferecer 1.300 vagas para pacientes de covid-19.

Segundo o governo do Estado, a transferência da administração dos hospitais de campanha foi discutido nesta sexta-feira (29), em reunião do governador Wilson Witzel (PSC) com representantes da organização social Iabas, os secretários estaduais de Saúde, Fernando Ferry, e de Infraestrutura e Obras, Bruno Kazuhiro, e representantes da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro e do Sindicato dos Hospitais do Rio. Na próxima segunda-feira (1) haverá nova reunião, desta vez com a participação do procurador-geral do Estado, Marcelo Lopes, para traçar o melhor caminho jurídico da transferência das operações para um grupo de empresários do setor.

"Chamamos o Iabas para que eles cedam as unidades a um grupo de empresários e possamos dar continuidade às operações. É mais eficiente colocar cada hospital sob responsabilidade de um grupo empresarial, porque são pessoas experientes em gestão hospitalar, são empresários do ramo", disse Ferry.

Uma das possibilidades em estudo, segundo o governo, é de que o Iabas fique apenas com a gestão do Hospital do Maracanã, com 400 leitos, inaugurado em 9 de maio. Mas a organização social vai precisar concluir as obras dos seis hospitais restantes, com supervisão direta da secretaria estadual de Infraestrutura e Obras, que acompanhará o cumprimento dos cronogramas.

"Estamos à disposição para supervisionar as obras, seja qual for a alternativa escolhida daqui para a frente. Para isso, precisamos do projeto executivo de cada hospital e de outras documentações que já requisitamos com urgência ao Iabas", disse o secretário Kazuhiro.

Se houver acordo, o consórcio privado de hospitais ficará encarregado de contratar os profissionais de saúde para a gestão e fazer o atendimento aos pacientes, obedecendo aos valores de tabela já em vigor com o Iabas.

"A proposta é formar um consórcio para assumir a gestão dos hospitais para o Estado, sem assumir obra física e investimentos. Trata-se de uma proposta de ajudar ao Estado e participar de uma solução para os hospitais de campanha. O foco do governador é resolver o mais rapidamente possível o atendimento à população", afirmou Marcus Camargo Quintella, vice-presidente da Associação de Hospitais do Estado do Rio, que estava acompanhado de Guilherme Jaccoud, diretor do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Rio.