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Câmara aprova Protocolo de Nagoya com acordo entre ambientalistas e ruralistas

Plenário da Câmara esvaziado, após restrição de circulação de pessoas pelo Congresso - Michel Jesus/ Divulgação Câmara dos Deputados
Plenário da Câmara esvaziado, após restrição de circulação de pessoas pelo Congresso Imagem: Michel Jesus/ Divulgação Câmara dos Deputados

Camila Turtelli

Brasília

08/07/2020 20h45

Há quase uma década parado, o Protocolo de Nagoya foi aprovado hoje, de forma simbólica e unânime pela Câmara, em um acordo que uniu ruralistas e ambientalistas. A proposta segue agora para o Senado.

O texto do acordo trata do patrimônio genético e a repartição de benefícios resultantes do desenvolvimento de produtos elaborados com base em plantas, animais ou micro-organismos nativos. O protocolo traz incentivos para a conservação e uso sustentável da biodiversidade. O relator do projeto foi o presidente da bancada ruralista, o deputado Alceu Moreira (MDB-RS).

O acordo foi criado pela Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em sua décima reunião (COP 10), que ocorreu em outubro de 2010, em Nagoya, no Japão, e entrou em vigor em 12 de outubro de 2014. O Brasil é um dos quase 100 países que assinaram o protocolo.

"Não confirmar o Protocolo de Nagoya significa não ter voz nas decisões tomadas na COP. A participação do Brasil será a segurança de que nós teremos poder de concordância ou veto para as próximas decisões", afirmou Moreira.

A aprovação da proposta faz parte de uma tentativa do parlamento de acelerar a votação de projetos ambientais, diante de críticas internacionais sobre a gestão do setor no governo brasileiro. A ideia é dar sinais positivos para acalmar investidores estrangeiros, principalmente do agronegócio.

"É histórico para todos nós em um momento importante para o nosso País", afirmou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre a aprovação.

"Foi fruto de um entendimento entre a bancada ambientalista e ruralista no Congresso Nacional. Um enorme avanço. O texto regulamenta o acesso ao patrimônio genético e a repartição de benefícios resultantes da sua utilização da Convenção sobre Diversidades Biológica Justa e Equitativa entre os países", afirmou o presidente da bancada ambientalista, deputado Rodrigo Agostinho (PSB-SP).