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OMS/Tedros: relaxamento das restrições leva a aumento nos casos da covid-19

Gabriel Bueno da Costa

São Paulo

10/07/2020 15h06

Diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus voltou a destacar durante entrevista coletiva nesta sexta-feira o quadro complexo na pandemia da covid-19. Segundo ele, há países atualmente com "crescimento exponencial" dos casos da doença. Além disso, alguns locais que têm relaxado restrições mostram um aumento nas contaminações, notou.

"Apenas uma ação agressiva, combinada com unidade nacional e solidariedade global, pode contornar a pandemia da covid-19", afirmou Ghebreyesus. Ele lembrou que o mundo já atingiu a marca de 12 milhões de casos confirmados da doença, sendo que apenas nas últimas seis semanas o número de casos mais que dobrou.

Ghebreyesus ainda informou, em suas declarações iniciais, que a OMS continua interessada em apurar as origens da pandemia, tendo enviado uma equipe à China para discutir com autoridades de saúde locais como fazer essa investigação.

Erradicação do vírus

Diretor executivo da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan afirmou hoje que, no quadro atual da pandemia da covid-19, é "muito improvável" que se consiga erradicar o vírus. Ele lembrou, durante entrevista coletiva, que mesmo países ou regiões que conseguiram levar a zero os casos viram posteriormente aparecer novos registros, por isso a importância de se manter a atenção e o controle sobre o problema.

Ryan disse que, com o relaxamento das restrições à circulação ("lockdowns") em muitos locais, a OMS já esperava que aumentaria o risco de novos surtos. Nesse contexto, ele enfatizou a importância de haver uma "parceria" entre governos e os membros da comunidade. "É duro manter o nível de vigilância necessário, mas é preciso fazer isso", afirmou. "No fim das contas, a questão é como protegemos a nós e a nossas comunidades."

Também presente na coletiva, a líder da resposta da OMS à pandemia da covid-19, Maria Van Kerkhove, lembrou que pequenos focos da doença podem crescer e se disseminar para quadros mais graves, o que já ocorreu, por isso a importância de se manter a vigilância.