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Operação Lava Jato

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Silvio Pereira é condenado na Lava Jato por receber carro

1º.abr.2016 - O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, quando foi preso na 27ª fase da Operação Lava Jato - Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo
1º.abr.2016 - O ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira, quando foi preso na 27ª fase da Operação Lava Jato Imagem: Geraldo Bubniak/AGB/Estadão Conteúdo

Paulo Roberto Netto e Fausto Macedo

28/07/2020 07h37

O ex-secretário-geral do PT Silvio Pereira foi condenado na Lava Jato a quatro anos e cinco meses de prisão por corrupção passiva. O petista foi denunciado na operação por ter recebido um veículo Land Rover como propina em troca de favorecimentos da empreiteira GDK em licitação da Petrobras para execução de obras da Unidade de Tratamento de Gás de Cachimbas, no Espírito Santo.

O caso veio à tona ainda no escândalo do mensalão, em 2005, durante o primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Além de Pereira, foram condenados o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-administrador da GDK César Roberto Santos de Oliveira. As penas foram de três anos e onze meses e quatro anos e cinco meses, respectivamente, em regime semiaberto. Outro ex-administrador da empreiteira, José Santos Reis, e o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro foram absolvidos.

A decisão foi proferida pelo juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba, Luiz Antônio Bonat, que substituiu Sérgio Moro no posto. Segundo Bonat, as condutas do grupo produziram "enorme potencial danoso" às contas da Petrobras, que contratou opção menos vantajosa para a estatal por um preço elevado. A diferença teria ficado em cerca de R$ 30 milhões.

A denúncia no caso foi apresentada em 2016. Segundo a Lava Jato, Pereira gerenciava um sistema de apadrinhados políticos da legenda para cargos de livre indicação no governo federal, sendo um deles o de diretor da Petrobras, que foi ocupado por Duque. Segundo as investigações iniciadas a partir da delação de Milton Pascowitch, Duque fraudou licitação da estação de Cacimbas em favor da GDK, que venceu o pregão e se comprometeu a pagar 1,5% do valor do contrato em propina, cerca de R$ 469 mil.

Uma semana antes do início da licitação, Pereira recebeu o Land Rover adquirido pela GDK no valor de R$ 74 mil na época. Posteriormente, após a revelação do repasse do veículo ao ex-secretário-geral, o recurso de uma das empresas que disputavam a licitação foi atendido e a Engevix saiu vencedora, também por intermédio de propinas. Procurada, a defesa de Silvio Pereira não havia respondido até a conclusão desta edição. Os outros citados não foram localizados.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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