IBGE: Brasil perdeu 500 mil m2 quadrados de biomas em 18 anos, metade na Amazônia
Os dados compõem o estudo de Contas Econômicas Ambientais, apresentado pelo IBGE nesta quinta-feira, 24. O levantamento considera a série histórica que compreende o período entre 2000 e 2018. A amostra exclui os grandes incêndios registrados na floresta amazônica no ano passado e no Pantanal este ano, já durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo os pesquisadores, todos os seis biomas - Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal - apresentaram redução de suas áreas. As maiores perdas em números absolutos foram registradas na Amazônia (perdeu 269,8 mil quilômetros quadrados de área) e Cerrado (152,7 mil). Em termos porcentuais, porém, quem registrou maior decréscimo foi o Pampa, cuja extensão diminuiu 16,8% em 18 anos.
Expansão agrícola
O estudo traz dados concretos de redução da área nativa, mas sem detalhar se foi motivada por queimadas, desmatamentos ou outra ação humana. Ao mesmo tempo, mostra as conversões do espaço - se deixou de ser vegetação de pampa, por exemplo, para se tornar plantação.
O crescimento das áreas agrícolas é evidente, e chama atenção a situação do bioma Amazônia. A área florestal recuou mais de 265 mil quilômetros quadrados em 18 anos, o equivalente a quase 8% de sua cobertura. Ao mesmo tempo, a região registrou um aumento de 71,4% em sua área de pastagem com manejo, e de 288,6% na área agrícola.
Curiosamente, a atividade agropecuária por lá não é relevante para o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo o IBGE, entre 2016 e 2017 o setor agropecuário cresceu 14,2% em volume do PIB no Brasil, mas na Região Norte apresentou decréscimo.
A Mata Atlântica, onde se encontram os Estados de São Paulo e Rio de Janeiro - uma área altamente industrializada -, é atualmente o único bioma terrestre brasileiro cujo maior espaço não é mais de sua cobertura natural. A região teve poucas mudanças em 18 anos, mas também sofreu redução: 7,07%.
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