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'Eleger-se pela 1ª vez não é nova política', diz Marina Helou

07 out. 2020 - Marina Helou (Rede) realiza campanha na região do Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo - PAULO GUERETA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
07 out. 2020 - Marina Helou (Rede) realiza campanha na região do Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo Imagem: PAULO GUERETA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Paula Reverbel, Bruno Ribeiro e Matheus Lara

São Paulo

24/10/2020 06h55

Candidata à Prefeitura de São Paulo pela Rede, a deputada estadual Marina Helou afirmou que a "nova política" não é representada, necessariamente, por alguém que se elege pela primeira vez a um cargo público, mas sim por aqueles que propõem políticas públicas de qualidade.

O discurso é alinhado ao que defendem movimentos de renovação política aos quais Marina é associada, como RenovaBR, Acredito e Rede de Ação Política pela Sustentabilidade (Raps). "Na minha visão, não pode chamar de nova política qualquer pessoa que se elege pela primeira vez", disse a candidata, nesta sexta-feira (23) em sabatina do jornal "O Estado de S. Paulo".

Ela afirmou que, caso eleita, vai propor políticas públicas baseadas em "dados e evidências", mesmo que sejam medidas impopulares, como a redução de velocidade nas marginais e a volta das inspeções veiculares. "Fazer políticas públicas baseadas em dados e evidências é enfrentar a opinião popular", disse.

Ao abordar a obrigatoriedade de se filiar a partido para disputar eleições, Marina afirmou que é preciso melhorar as legendas, e não negá-las, e defendeu a democracia representativa e partidária. "Não entendo que o partido seja a única forma possível para se candidatar, mas é importante. Porém, os partidos se conectaram ao poder. Precisamos avançar em uma discussão sobre partidos, sobre transparência partidária. Precisamos melhorar os partidos, não negá-los."

Adversários

Marina afirmou que sua candidatura na Rede se deu porque não se viu representada por projetos de outros partidos. "Há candidaturas para lacrar na internet, que crescem a partir da polarização. Eu não me via em nenhuma dessas candidaturas. Precisamos de mais mulheres na política e votar em mulheres nas eleições."

Minhocão

Na entrevista, a candidata da Rede disse que, caso eleita, gostaria de propor a demolição do elevado que liga o centro à zona oeste da cidade. No entanto, segundo ela, isso não estaria entre as prioridades de seu eventual governo. "A cidade foi planejada para os carros e não para as pessoas. O Minhocão é o maior símbolo disso", afirmou. "Há um problema estrutural, abafa a região, é ruim para as pessoas. Não acho que dá para fazer isso agora. Minha prioridade será investir em pessoas, saúde, educação."

Velocidade nas marginais

Marina defendeu a volta da redução de velocidade nas marginais de São Paulo para 50 km/h. "Quando a gente vê os dados da redução, a gente teve uma redução no número de mortes e de acidentes, e uma melhor mobilidade nas grandes vias. Esses dados comprovam que foi uma boa medida, ainda que polêmica."

Combate ao racismo

A candidata da Rede disse que uma das principais preocupações na construção do plano de governo foi o combate ao racismo. O plano dedica um capítulo ao tema. "Pensar políticas públicas que se desdobram como fortalecimento do investimento ao empreendedorismo das mulheres negras. Eu acho que é hora da gente fazer diferente. São Paulo é uma cidade diversa, plural."