Butantã: demora na liberação de insumos pela Anvisa atrasa produção de vacina
"Desde quando nós iniciamos todo esse processo da vacina, obviamente que cada dia conta. E a nossa previsão era para iniciar a produção da vacina na segunda quinzena de outubro", destacou Covas em coletiva de imprensa sobre medidas estaduais no combate à pandemia da covid-19, realizada no Palácio dos Bandeirantes.
"Esse atraso na emissão dessa autorização pode ter sim efeito na produção da vacina. Cada dia que nós aguardamos essa autorização significa um dia a menos de vacina", completou.
Segundo ele, a solicitação entrou na terça-feira, 27, no circuito deliberativo da agência e o resultado deve sair até 5 de novembro. "Esperamos que essa decisão seja tomada o mais rapidamente possível pela Anvisa, que diversas vezes manifestou a sua independência e o seu apoio ao desenvolvimento de vacinas", comentou. "O Butantã está pronto para começar a produzir."
Tadeu Covas ainda informou que o Butantã também aguarda autorização das autoridades chinesas para exportar nos próximos dias as 6 milhões de doses já prontas da Coronavac, que serão acondicionadas até a comprovação da eficácia e início da vacinação.
Também na coletiva, o governador João Doria (PSDB) voltou a declarar que defende uma campanha nacional de imunização, mas disse que, se isso não ocorrer, o Butantã pode disponibilizar o imunizante a outros Estados que tiverem interesse. Além disso, afirmou que São Paulo poderá bancar as demais doses para atingir o número de 100 milhões mesmo sem verba do Ministério da Saúde.
"Infelizmente, se houver uma negativa por ações de ordem política ou ideológica, São Paulo, mediante a aprovação da Anvisa comprará a vacina, distribuirá a vacina e disponibilizará para todos os governos estaduais que desejarem adquirir a coronavac para a imunização da sua população", disse.
Ele também fez críticas a posições de aliados do presidente Jair Bolsonaro em relação à vacinação. "Acreditamos que a birra política não pode vencer o bom senso e a insensatez não pode vencer a esperança", declarou.
Procurada pelo Estadão, a Anvisa não se manifestou sobre o tema até o momento.
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