Após se referir a Ramos como 'Maria Fofoca', Salles chama Maia de 'nhonho'
"O ministro Ricardo Salles, não satisfeito em destruir o meio ambiente do Brasil, agora resolveu destruir o próprio governo", escreveu Maia, na semana passada. O titular do Meio Ambiente reagiu nesta quarta, um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro pedir à equipe, em reunião ministerial, que não lavasse "roupa suja" em público.
Os atritos na Esplanada se tornaram públicos na quinta-feira passada, dia 22, após Salles chamar no Twitter o ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, de "Maria Fofoca". O ataque ocorreu na esteira de uma nota publicada pelo jornal O Globo, afirmando que Salles estava "esticando a corda" com militares do governo. O ministro do Meio Ambiente viu ali o dedo de Ramos e, além disso, atribuiu ao colega uma ação para desidratar sua pasta, convencendo a equipe econômica a retirar verbas que deveriam ser destinadas ao Meio Ambiente para o combate às queimadas.
No último domingo, 25, em mensagem também publicada nas redes sociais, Salles pediu "desculpas pelo excesso" ao chamar Ramos de "Maria Fofoca". O ministro da Secretaria de Governo, por sua vez, disse que "uma boa conversa apazigua as diferenças".
Apesar da trégua, o confronto continuou nos bastidores do governo, escancarando novamente as divergências entre a ala ideológica, que apoia Salles, e o núcleo militar, que ficou ao lado de Ramos. O general também ganhou o respaldo de Maia, do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR).
A maior crítica a Salles, porém, veio de Maia. A reação do ministro do Meio Ambiente demorou quatro dias, mas acabou sendo publicada na noite desta quarta-feira. Procurado, o presidente da Câmara não havia respondido até a publicação desta matéria.
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