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Intubado e sem previsão de alta, Maguito terá reabilitação demorada da covid

Nicholas Shores

26/11/2020 20h25Atualizada em 27/11/2020 08h03

Internado desde 27 de outubro em uma UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), para tratar complicações da covid-19, o candidato do MDB à prefeitura de Goiânia (GO), Maguito Vilela, terá de passar por um processo de reabilitação demorado antes de retomar atividades, segundo especialistas. Sedado e sem previsão de alta, o ex-governador de Goiás lidera as pesquisas do segundo turno contra Vanderlan Cardoso (PSD) e, no próximo domingo, 29, pode ser eleito prefeito a apenas 33 dias da posse, em 1º de janeiro de 2021.

Médicos consultados pelo Broadcast Político avaliam que o emedebista precisará de reabilitação precoce, com exercícios de fortalecimento muscular tanto corporal quanto respiratório. Além da intubação, a equipe médica que cuida de Maguito instalou oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) e aparelho de hemodiálise. Há poucos dias, devido ao tempo prolongado de intubação, ele foi submetido a uma traqueostomia.

Um dos motivos para transferir o ex-governador do Hospital Órion, em Goiânia, onde foi internado inicialmente, para o Einstein é a reputação do hospital paulistano de oferecer os mais avançados métodos de recuperação de pacientes de covid-19.

"Há um esforço enorme da equipe médica em reabilitá-lo, pois a ECMO é uma das alternativas mais avançadas que temos hoje para estabilizar pacientes graves de covid-19", afirma a fisioterapeuta Kenya Rodrigues, que atua na linha de frente do combate à pandemia pela prefeitura de Ipatinga (MG) e no Hospital Marcio Cunha, também no município mineiro.

Ela explica que, para que a sedação possa ser removida e Maguito possa acordar, é necessário garantir que ele consiga respirar sozinho e esteja em boas condições clínica e hemodinâmica, ou seja com a pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e oxigenação dentro da normalidade.

Devido ao período prolongado de sedação e imobilismo, há a possibilidade de, uma vez acordado, o candidato a prefeito apresentar sequelas como fraqueza muscular, fibrose pulmonar, insônia e depressão. "Mas só saberemos isso ao certo bem mais para frente", pontua Kenya.

Procurada, a assessoria de Maguito respondeu que está informando sobre o estado de saúde do candidato através de boletins emitidos diariamente pelo Hospital Albert Einstein.

O estado de saúde do emedebista foi levado para o centro do embate político por seu adversário, que chegou a acusar a coligação de Maguito de "estelionato eleitoral". A insinuação, para a qual Vanderlan não apresentou provas, alegava que o seu quadro clínico seria mais grave do que o informado pela campanha.

Diante da repercussão negativa precipitada pelo tom mais agressivo, o senador do PSD se dedicou a questionar a falta de protagonismo do candidato a vice da chapa rival, o vereador Rogério Cruz (Republicanos). Desde que Maguito foi internado, a liderança da campanha foi assumida por seu filho e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e, em segundo plano, pelo coordenador, Agenor Mariano.

"Eu respeito a decisão do eleitor. Mas ele está medindo o risco de votar no nosso adversário", afirmou Vanderlan na quarta-feira (25) em sabatina da rádio CBN e do jornal O Popular, sugerindo dúvida de eleitores em relação a manter o voto em Maguito diante da possibilidade de eventual gestão do emedebista se iniciar com o vice à frente.

O senador vem insistindo que Cruz, ausente de debates e sabatinas, não aparece diante da imprensa para discutir propostas para Goiânia. "Nós apenas queremos o nosso adversário. Não sendo o Maguito, precisa ser o vice", sustenta Vanderlan. "O meu vice, Wilder Morais (PSC), me representa em agendas que não posso comparecer. Ele sabe sobre o nosso Plano de Governo, sabe nossas propostas e trouxe diversos projetos."