Covas é reeleito em São Paulo; vitória reforça centro político
Encabeçando uma aliança de 11 partidos - seu vice é Ricardo Nunes, do MDB -, Covas deu ênfase na campanha ao mote da experiência administrativa. Ele assumiu a chefia do Executivo municipal após João Doria (PSDB) deixar o posto de prefeito, concorrer e vencer a eleição de 2018 para o governo do Estado.
A conquista do neto de Mário Covas representou também uma superação pessoal - ele passa, há pouco mais de um ano, por um intensivo tratamento contra um câncer. O prefeito não se afastou do trabalho, e se tornou mais conhecido durante a gestão de enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. "Restam poucos dias para o negacionismo e o obscurantismo. São Paulo disse sim à ciência e à moderação", afirmou Covas em seu discurso da vitória, no qual fez críticas indiretas ao presidente da República, defendeu a democracia e atacou o ódio na política.
Prefeitos do PSDB devem governar cerca de 17% dos eleitores do País a partir de 2021. O partido se manteve no primeiro lugar nesse ranking, mas perdeu poder desde a eleição anterior (24%). O DEM registrou maior crescimento, saltando de 277 prefeitos eleitos em 2016 para 476 agora (quase 12% do eleitorado). No Rio, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) voltará a comandar o Executivo municipal. Ele derrotou o prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que tentava a reeleição com o apoio de Bolsonaro. O deputado estadual Sebastião Melo (MDB) venceu Manuela D'Ávila (PCdoB) na disputa pela prefeitura de Porto Alegre.
No Recife, onde a esquerda travava uma luta significativa e bastante acirrada, João Campos (PSB) derrotou sua prima de segundo grau, Marília Arraes (PT), no segundo turno. O filho de Eduardo Campos se tornou o prefeito mais jovem de uma capital brasileira, aos 27 anos. Trata-se de outro resultado simbólico: deixou o PT sem o comando de nenhuma capital do País, o que não ocorria havia 35 anos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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