Polícia suspeita que quadrilha que trouxe terror a Criciúma seja de fora de SC
Por enquanto, os agentes não veem indícios de participação do Primeiro Comando da Capital (PCC) ou de outra facção criminosa brasileira. O primeiro ato dos bandidos, na terça-feira, foi atacar a sede do 9.º Batalhão da Polícia Militar para retardar a reação. Por volta das 23h40, a quadrilha atirou em janelas e na fachada, incendiou um caminhão na entrada do prédio e instalou explosivos, com acionamento remoto por celular, no entorno.
Houve troca de tiros e o soldado Jeferson Luiz Esmeraldino, de 32 anos, acabou baleado. Até o início da noite, ele havia passado por três cirurgias e seu estado era grave. O assalto durou cerca de duas horas e os bandidos usaram armamento pesado, incluindo fuzis .556, .762 e .50, capaz de varar blindados e derrubar aeronaves. Para fechar entradas da cidade, os criminosos queimaram um veículo no túnel que liga Criciúma a Tubarão, bloqueando o contato terrestre com a capital Florianópolis, e obrigaram reféns a sentar no meio da rua, formando uma espécie de "escudo humano" contra a ação policial, nas proximidades da agência.
"Já temos absoluta certeza de que se trata de ação planejada com vários meses de antecedência. Foi feita com muito planejamento e investimento dos criminosos", afirmou o delegado Anselmo Cruz, titular da divisão antissequestro da Diretoria de Investigações Criminais (Deic). "Isso já de pronto nos remete a grupos de fora do Estado, porque não temos esse perfil em Santa Catarina."
Segundo Cruz, a principal hipótese é de que o crime envolva bandidos "autônomos" com experiência em outros grandes roubos no País. "Pode até haver algum integrante, alguém que seja efetivamente do Estado, mas sabemos que esse tipo de ação é proveniente de fora, especialmente de São Paulo", disse. "Não se tem apontamento algum de que sejam integrantes de facção criminosa, mas de assaltantes já conhecidos no mercado e possivelmente já responsáveis por ações violentas."
Representantes de órgãos de segurança de Santa Catarina afirmam que a polícia optou por não trocar tiros com a quadrilha após a invasão do banco. "Nossa orientação foi fazer a contenção para evitar confrontamento na área central, tendo em vista que é bastante residencial, para preservar vidas", afirmou o coronel Marcelo Pontes, subcomandante-geral da Polícia Militar. "Controlamos o perímetro e imediatamente foi acionado todo o suporte."
Os investigadores suspeitam que a quadrilha tenha fugido em direção a Nova Veneza, município vizinho. Foi no caminho que os policiais encontraram veículos abandonados pelos criminosos. Em dois deles havia marcas de sangue, de acordo com os policiais. A suspeita é que um bandido tenha se ferido na troca de tiros em frente ao batalhão da PM e o outro, ao acionar um dos explosivos.
O governador Carlos Moisés (PSL) afirmou que o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, pôs equipes federais à disposição de Santa Catarina. "Nem na esfera estadual ou federal tínhamos qualquer indício dessa ação", disse. "Nossos números não combinam com o episódio desta madrugada. Em relação a 2019, diminuímos em 54% a ação violenta contra instituições financeiras, com muito trabalho de investigação."
Prisões
Quatro homens foram presos pelo furto de cédulas de dinheiro deixadas por bandidos após o assalto. Logo após o fim dos tiroteios, a Polícia Militar apreendeu R$ 810 mil em dinheiro em um apartamento da área central de Criciúma. Quatro pessoas foram presas e alegaram não ter envolvimento com os criminosos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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