Ministério da Saúde confirma que reinfecção de covid em Manaus foi por nova cepa
Análise feita na Fiocruz-Amazônia sobre o genoma do vírus encontrado nos japoneses revelou se tratar de uma nova variante do coronavírus que surgiu no Amazonas entre dezembro e janeiro, que foi denominada provisoriamente de B.1.1.28 (K417N/E484K/N501Y). O caso da mulher de Manaus reinfectada foi analisado também pela Fiocruz, que constatou se tratar da mesma variante.
Um alerta foi enviada pela fundação ao Ministério da Saúde no dia 12, informando que havia identificado a nova variante em uma mulher de 29 anos que já havia sido infectada nove meses antes. O Estado fez também uma notificação no dia 13 e o ministério confirmou nesta sexta-feira. De acordo com a pasta, este é o segundo caso de reinfecção observado no Brasil por uma nova cepa. O primeiro foi na Bahia, mas com a variante identificada na África do Sul.
"A informação foi compartilhada, como parte da rotina da vigilância epidemiológica, com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS) e com toda a Rede do Centro de Informações Estratégicas e Resposta em Vigilância em Saúde (Cievs). O Ministério da Saúde recomendou aos Estados, Distrito Federal e municípios o contínuo fortalecimento das atividades de controle da covid-19, a ampliação do sequenciamento de rotina dos vírus Sars-CoV-2, a investigação de surtos e o rastreamento de contatos de todo caso de covid-19", informou a pasta.
Há uma preocupação de que a nova cepa identificada no Amazonas seja um dos motivos para a explosão recente de casos em Manaus, que culminou nesta quinta-feira, 14, com o esgotamento dos estoques de oxigênio em hospitais da cidade e com a morte de pacientes por asfixia. A Fiocruz-Amazônia está investigando se nova cepa está circulando na região em grande quantidade e se ela é mais contagiosa que as 11 variantes anteriores que tinham aparecido na região.
Um outro estudo feito pela estudo feito por pesquisadores do Centro Brasil-Reino Unido de Descoberta, Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (grupo Cadde), que conta com a participação do Instituto de Medicina Tropical (IMT) e da Faculdade de Medicina da USP, revelou que a nova linhagem identificada em Manaus estava presente em 42% dos pacientes infectados testados na cidade.
O grupo analisou 31 amostras que deram positivo em teste de RT-PCR coletadas entre 15 e 23 de dezembro. A nova linhagem foi identificada em 13 dessas amostras, segundo estudo publicado como pré-print (ainda sem revisão de pares) na publicação Genomic characterisation of an emergent sars-cov-2 lineage in Manaus: preliminary findings.
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