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Marqueteiro é nomeado por Pazuello como assessor

Mateus Vargas

Brasília

22/01/2021 07h19

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, formalizou ontem a entrada de Marcos Eraldo Arnoud na pasta. Conhecido como "Markinhos Show", ele foi nomeado assessor especial, mas já atuava desde dezembro como marqueteiro do general da ativa e chefe da comunicação do ministério. Ele terá um salário de R$ 13.623.

A nomeação ocorre no momento em que Pazuello é criticado por dar informações equivocadas e contraditórias, além de manter uma relação conflituosa com a imprensa. Nesta semana, por exemplo, após entrega em massa pelo governo federal de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid-19, como a cloroquina e a hidroxicloroquina, o ministro disse que nunca estimulou o uso destes tratamentos. Em seu site, "venda para o cérebro", Markinhos se define como "palestrante motivacional, master coach, analista em neuromarketing, especialista em marketing, SEO, hipnólogo, mentalista, practitioner em PNL, músico, empreendedor e especialista em marketing político."

Markinhos participou de algumas das decisões recentes da Saúde que acabaram frustradas. Por exemplo, adesivar o avião que iria à Índia buscar dois milhões de doses da vacina da AstraZeneca com o slogan da campanha de vacinação do governo. Por falta de aval da Índia, que desejava discrição, o voo foi adiado e as vacinas estão vindo hoje ao Brasil, num avião da Emirates. Foi dele, também, a ideia de realizar um evento no Palácio do Planalto, no dia 19, para abrir a campanha de imunização no País. Um idoso e um profissional de saúde poderiam ser vacinados dentro do Planalto, como revelou o Estadão, mas a operação foi cancelada quando o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), fez a primeira foto da vacina minutos após a Anvisa liberar o uso emergencial da Coronavac.

Nas redes sociais, Markinhos tem respondido a seu modo às críticas feitas a Pazuello. Ante a falta de oxigênio em Manaus (AM), o marqueteiro escreveu: "Com todos esses bilhões que foram para Manaus, não tiveram um centavo para montar uma fábrica de oxigênio em cada hospital? Não sobrou um real para comprar um cilindro? Enfiaram todo esse dinheiro no...? A corrupção mata! (sic.)".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.