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SP já detectou 19 variantes de coronavírus, mas Gamma (P.1) predomina

Movimentação em ponto de ônibus próximo à estação da Luz do metrô - SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO
Movimentação em ponto de ônibus próximo à estação da Luz do metrô Imagem: SUAMY BEYDOUN/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

Henrique Sales Barros, Lucas Borges Teixeira e Rayanne Albuquerque

Do UOL, em São Paulo

16/06/2021 08h04Atualizada em 16/06/2021 15h06

Um mapeamento feito pelo Instituto Butantan identificou a circulação de 19 variantes do coronavírus no estado de São Paulo. A predominância, no entanto, é da mutação P.1, renomeada Gamma pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e identificada originalmente em Manaus no início do ano.

Segundo o estudo, feito com dados recolhidos de casos confirmados no estado até o dia 29 de maio, a Gamma predomina em todas as regiões do estado e representa 89,9% das infecções. Por causa da sua velocidade de transmissão, ela é tida por especialistas como um dos motivos para a segunda onda da pandemia no Brasil, entre fevereiro e março. Isso somado à flexibilização das medidas de controle sanitário, como o uso de máscaras e o distanciamento social.

Além da Gamma, outras duas mutações consideradas "de interesse", que requerem maior atenção, também foram encontradas na estado, mas com presença menor. A Alfa, originada no Reino Unido, representa 4,2% das infecções e a Beta, da África do Sul, apenas 3,5%. A variante Delta, indiana, não foi identificada.

De acordo com o epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, este não é um número preocupante, porque a grande maioria das variantes não têm grande impacto.

A rede composta junto ao [Instituto] Adolfo Lutz já identificou, desde o início da pandemia, mais de 220 variantes. Essas classificadas como "de preocupação" têm como principal preocupação a maior transmissibilidade e o maior número de casos, internações, óbitos. Mas não que elas sejam mais graves: é que elas trazem mais pessoas doentes pela transmissibilidade.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência

Dimas Covas, diretor do Butantan, explicou que o instituto separa, semanalmente, um percentual das amostras positivas para análise.

"Então normalmente se escolhe uma amostra significativa por região do estado de SP e se faz o sequenciamento genético. Com isso, é possível acompanhar a evolução das variantes", declarou, durante coletiva no Palácio dos Bandeirantes.

Vacinação para conter as variantes

O diretor do Butantan voltou a reforçar que, para estancar a pandemia e impedir o surgimento de novas variantes, de "preocupação" ou não, é preciso focar na vacina. Na coletiva, ele anunciou também o cadastro para voluntários fazerem parte do estudo da ButanVac.

O estado iniciou hoje a vacinação da faixa etária entre 50 e 59 anos. Conforme anunciado por Doria no último domingo (13), o plano do governo é vacinar toda a população adulta até o dia 15 de setembro.

Regiane de Paula, coordenadora do PEI (Plano Estadual de Imunização), disse que São Paulo não tem utilizado a segunda dose da vacina contra a doença para que a campanha de imunização seja antecipada. A coordenadora pediu ainda que os faltosos da segunda dose procurem um posto de vacinação para completarem o ciclo de proteção.

Nós não estamos utilizando a segunda dose: ela está nos municípios, que devem vacinar a segunda dose. E sim, com planejamento e com a estrutura que temos, nós estamos antecipando o calendário com base naquilo que está na programação do Ministério da Saúde, no PNI
Regiane de Paula, coordenadora do PEI

Muitos municípios estão escalonando a vacinação, com divisão por dias de cada idade dentro da faixa etária. A capital São Paulo, por exemplo, estipulou o seguinte calendário: (consulte informações da prefeitura de sua cidade para informações de quando se vacinar)

  • Quarta-feira (16): 56 e 57 anos
  • Quinta-feira (17): 54 e 55 anos
  • Sexta-feira (18): 52 e 53 anos
  • Sábado (19): 50 e 51 anos
  • Segunda (21) e terça (22): repescagem das idades anteriores.