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Tasso diz a Terra se não deveria parar de dar opinião depois de previsões erradas

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), admitiu ter errado em diversas de suas projeções  - Edilson Rodrigues/Agência Senado
O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), admitiu ter errado em diversas de suas projeções Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Matheus de Souza, Amanda Pupo e Daniel Weterman

Brasília e São Paulo

22/06/2021 15h16

O deputado Osmar Terra (MDB-RS), admitiu, durante sua oitiva na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, ter errado em diversas de suas projeções com relação à pandemia da covid-19 no País, como seu tempo de duração, sua letalidade, o surgimento de variantes, e até mesmo sobre a não possibilidade de haver uma segunda onda da doença em Manaus. O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), responsável pelos questionamentos, indagou o parlamentar se não era hora de ele parar de dar opiniões com relação à pandemia.

O parlamentar se defendeu afirmando que suas opiniões são baseadas em evidências científicas e em "experiências passadas". Segundo Terra, suas previsões não se confirmaram por não haver dados suficientes para se calcular o tamanho da crise. Com relação à influência de suas opiniões no Planalto, Terra afirmou que, se o presidente dá mais importância à opinião dele a de outras pessoas, "é uma decisão dele", afirmando que ninguém havia acertado nada sobre a pandemia.

Terra também voltou a criticar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que atribui a Estados e municípios o poder para definir regras sobre isolamento. "Temos um ano e meio já de estratégias para combater a pandemia montada pelos governadores, o presidente não pode interferir nisso", afirmou o deputado aos senadores.

A decisão do Supremo vem sendo usada pelo presidente Jair Bolsonaro como justificativa para a ausência de uma coordenação do governo federal nas ações de combate ao vírus. A decisão da Corte, contudo, não retirou da União a responsabilidade pelas ações de combate à pandemia.

Tasso também provocou Terra ao falar sobre a "enorme influência" que o parlamentar tem com o presidente da República e seus seguidores. Mais cedo, durante a oitiva, o relator no colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), havia apresentado um vídeo com diversas falas semelhantes do deputado e do presidente da República.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.