Topo

Esse conteúdo é antigo

Chuvas deixam bairros de São Paulo sem energia por mais de 25h; Procon notifica Enel

Segundo a Enel, a área de concessão da distribuidora vem sendo impactada por temporais, fortes ventos, alagamentos e até granizo nos últimos três dia - Getty Images/iStock
Segundo a Enel, a área de concessão da distribuidora vem sendo impactada por temporais, fortes ventos, alagamentos e até granizo nos últimos três dia Imagem: Getty Images/iStock

São Paulo

21/01/2022 19h51

Moradores da capital paulista se queixam da falta de energia por mais de 25 horas após queda de árvores atingir fiações elétricas. As fortes chuvas que afetam São Paulo nos últimos dias derrubaram árvores e, consequentemente, muitas casas ainda estão sem luz. Munícipes questionam a demora no restabelecimento de luz, assim como ações preventivas por parte da Enel Distribuição São Paulo (Enel). O Procon de São Paulo (Procon-SP) notificou a empresa na tarde desta sexta-feira.

Há mais de um dia sem eletricidade, o administrador de empresas Bernardo Maia, de 62 anos, reclama que já recebeu ao menos cinco previsões de restabelecimento do serviço, desde as 17h30 de quinta-feira, 20, quando acabou a energia em sua residência, localizada no bairro Jardim Guedala, na região do Morumbi, na zona sul da cidade.

"Somente nesta sexta-feira (21), recebi a previsão que a luz iria voltar às 7h30, depois 11 horas, depois 15h e o último prazo está previsto para 18h50. O problema se agrava quando a companhia não sabe precisar quando o serviço será restabelecido. Essas previsões vêm sempre acompanhadas do seguinte texto: 'essa previsão poderá ser alterada durante o atendimento', ou seja, a própria companhia desqualifica suas previsões", reclamou Maia.

"Se a empresa dissesse que iríamos ficar 25 horas sem energia, poderíamos ter ido para a casa de um familiar, amigos ou até para um hotel. Mas ficamos na expectativa do prazo informado", disse o morador.

Queda de árvores

Entre o fim da tarde de quinta-feira, 20, e a manhã desta sexta-feira, a Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Segurança Urbana, realizou um total de 159 atendimentos. A Coordenação Municipal de Defesa Civil atendeu 144 quedas de árvores, sete desabamentos, quatro deslizamentos e quatro alagamentos. As zonas sul e oeste da cidade, além dos municípios da região metropolitana, como Osasco, Carapicuíba, Cotia, Barueri e Santana de Parnaíba, foram os mais afetados.

Nas redes sociais também há relatos de pessoas que ficaram mais de 38 horas sem luz. Por volta das 16h30 desta sexta-feira, moradores também questionaram à Enel sobre a previsão de restabelecimento de luz em bairros como Jardim Ester Yolanda, na zona oeste, que está há mais de 24 horas sem eletricidade. Além disso, há queixas de moradores da Vila Leopoldina, na zona oeste, que reclamam da dificuldade de entrar em contato com a Enel para registrar a ocorrência.

Segundo a Enel, a área de concessão da distribuidora vem sendo impactada por temporais, fortes ventos, alagamentos e até granizo nos últimos três dias. A concessionária colocou de forma emergencial mais de três mil colaboradores para atender às áreas mais afetadas.

A empresa disse ainda que está atuando junto com o Corpo de Bombeiros e Defesa Civil para agilizar a retirada de árvores e de galhos caídos em função das chuvas e restabelecer o fornecimento de energia o mais breve possível.

Assim como nos dias anteriores, a Climatempo também prevê a possibilidade de pancadas de chuvas nesta sexta-feira, dia em que a máxima ficou na casa dos 29ºC.

Procon-SP notifica Enel por falta de energia

Diante das reclamações de moradores, o Procon de São Paulo (Procon-SP) notificou a Enel Distribuição São Paulo nesta sexta-feira pedindo esclarecimentos sobre a falta de energia elétrica provocada pela queda de árvores na capital paulista. A distribuidora de energia elétrica tem até a próxima segunda-feira, 24, para responder aos questionamentos.

"A empresa deverá explicar quantos consumidores ficaram (ou ainda estão) sem energia elétrica em razão do ocorrido (detalhando por região), quantos são clientes vitais (aqueles que dependem de equipamentos de autonomia limitada, vitais à preservação da vida humana e que necessitam do fornecimento de energia elétrica para o seu funcionamento, em quanto tempo o serviço foi (ou será) restabelecido, quais as providências para sanar o problema e como serão feitos os abatimentos dos valores nas faturas", disse o órgão de defesa do consumidor.

Ainda conforme o Procon-SP, a Enel também precisará explicar "como foram (ou estão sendo) feitos os atendimentos aos estabelecimentos comerciais e aos consumidores de maior vulnerabilidade (hospitais, ambulatórios, clientes vitais)", se existe atendimento prioritário para esses casos e se há um canal específico para contato com a empresa.

Foram solicitadas ainda informações sobre os seus canais de atendimento, desde quantidades de reclamações até prazos para casos serem solucionados.

O órgão também cobra da empresa se existe um plano de ação preventivo para minimizar os danos sofridos pelos consumidores nos meses de janeiro e fevereiro, período de maior incidência de temporais.

Sobre o manejo e poda de árvores - que também são responsabilidades da Enel - o Procon-SP pede que a Enel explique como foi realizado o trabalho preventivo para evitar a falta de energia nos lugares mais atingidos pela queda de árvores.

A Enel confirma que recebeu pedido de esclarecimentos do Procon-SP a respeito dos desligamentos de energia provocados pelas fortes chuvas verificadas na região metropolitana de São Paulo nos últimos dias e que a empresa está analisando seu teor e que responderá à instituição.

"A Enel esclarece que os fortes temporais dos últimos dias afetaram o fornecimento de energia para clientes em toda a sua área de concessão. A companhia triplicou a quantidade de turmas de emergência em campo e chegou a colocar três mil colaboradores trabalhando nas ruas para agilizar os reparos. Em função da queda de galhos e árvores de grande porte sobre a rede elétrica, em vários locais, trechos inteiros da rede precisaram ser reconstruídos. A empresa reforça ainda que mais de 90% dos clientes afetados pelas fortes chuvas essa semana já tiveram o fornecimento normalizado e a distribuidora segue trabalhando ininterruptamente para concluir os serviços", concluiu.