Madrasta suspeita de envenenar enteados postou vídeos torcendo por melhora
Apesar das suspeitas, Cíntia postava vídeos com o marido e os dois enteados com declarações de amor. Em uma das publicações, enquanto Fernanda estava internada após relatar os mesmos sintomas do irmão mais novo, a madrasta desejou melhoras para a enteada e escreveu: "Todos familiares amigos à sua espera. Força, Nana, todos por você sempre".
Com a piora do quadro clínico de Fernanda, em 21 de março, a madrasta postou outro vídeo com uma música gospel e uma foto da enteada: "Você vai vencer! Eu creio".
Fernanda foi internada em 15 de março com mal-estar e dificuldade para respirar. Ela ficou internada por 13 dias, mas não resistiu e morreu no hospital.
Na época, os médicos atestaram a morte de Fernanda em decorrência de causas naturais. As suspeitas de envenenamento surgiram quando o irmão mais novo dela passou mal após um almoço na casa da madrasta e precisou ser levado, às pressas, para o hospital, no último dia 15.
Antes disso, nos dias 22 e 24 de março, Cíntia fez outras quatro postagens com mensagens religiosas, sempre com desejos de recuperação para a enteada. Em uma delas, Cíntia postou uma foto em que aparece ao lado do marido, Adeilson, do enteado Bruno, e do namorado de Fernanda.
No dia 29, Cíntia ainda postou nova foto da jovem com a música "Estrelinha", de Marília Mendonça: "Quando bater a saudade/ Olhe aqui pra cima/ Sabe lá no céu, aquela estrelinha/ Que eu muitas vezes mostrei pra você?/ Hoje é minha morada; A minha casinha".
De acordo com a 33ª Delegacia de Polícia (DP), em Realengo, o irmão mais novo de Fernanda deu entrada no Hospital Municipal Albert Schweitzer, na zona oeste da capital fluminense, com "tonteira, língua enrolada, babando e com a pele branca após comer feijão servido por Cíntia".
O jovem foi submetido a uma lavagem estomacal e a um exame de sangue, que detectou níveis elevados de chumbo em seu organismo. A mãe dos jovens procurou a delegacia para registrar a suspeita de envenenamento no mesmo dia.
Os policiais foram até a casa de Cíntia para recolher o feijão para análise laboratorial. Ela foi levada para a 33ª DP, em Realengo, para prestar depoimento, onde teve a prisão decretada.
No mandado de prisão, a juíza Raphaela de Almeida Silva, da 3ª Vara Criminal do TJ-RJ, diz que a liberdade da madrasta "poderá causar prejuízos irreparáveis para o prosseguimento das investigações policiais": "Isso porque poderá exercer pressão sobre as testemunhas, levando em conta que os presentes na residência no momento do crime são familiares, filhos inclusive da suspeita".
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