Aécio defende candidatura própria do PSDB e diz que sigla 'nunca teve dono'
"É hora de aproveitarmos esses últimos acontecimentos para reconstruirmos a unidade do PSDB em torno do único caminho que permitirá que o partido continue a cumprir sua trajetória em defesa do Brasil, ou seja, com uma candidatura própria à Presidência da República", afirmou Aécio.
Nos bastidores, até tucanos afirmam que os movimentos do deputado são feitos para beneficiar Bolsonaro, mas ele nega. "Continuo defendendo, como sempre fiz, que tenhamos candidatura própria", insistiu o deputado.
Sem citar suas divergências com Doria, que já tentou expulsá-lo do partido, Aécio disse que, após a desistência do ex-governador, o PSDB está em condições de "analisar outros nomes" do próprio partido. Defensor do ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite nas prévias do ano passado, Aécio avalia agora que ou o gaúcho ou o senador Tasso Jereissati (CE) podem ser candidatos.
A cúpula do PSDB cancelou a reunião que estava marcada para esta terça-feira, 24, em Brasília, após Aécio e seu grupo fazerem pressão contra o apoio a Simone. Na semana passada, os presidentes do PSDB, MDB e Cidadania decidiram respaldar a pré-candidatura da senadora ao Palácio do Planalto, antes mesmo da desistência de Doria, mas agora enfrentam divergências.
"Lamento que a reunião da Executiva Nacional tenha sido adiada", afirmou Aécio. "Espero que possamos nos reunir o mais rapidamente possível para debatermos de forma clara e democrática os caminhos para o nosso futuro. O PSDB nunca teve dono e não será agora, nesse momento grave da vida nacional, que terá", completou, insinuando que a queda de braço pode continuar por algum tempo.
As convenções dos partidos para homologar as candidaturas devem ser realizadas entre julho e agosto. Tanto o PSDB quanto o MDB estão divididos. Uma ala do tucanato acha que é possível uma composição tendo Tasso ou Leite como vices em chapa liderada por Simone, mas as negociações, até agora, terminaram em impasse. O problema é que o nome da senadora não é consenso nem no MDB: há no partido um grupo que quer se aliar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outro, a Bolsonaro.
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